Agência France-Presse
postado em 19/07/2010 11:55
O gigante germano-finlandês das telecomunicações Nokia Siemens Networks anunciou nesta segunda-feira (19/7) a compra de ativos na área de redes da americana Motorola no valor de 1,2 bilhão de dólares, o que representa uma nova concentração num setor em plena transformação.Depois da complicada fusão dos gigantes Nokia Siemens e Alcatel-Lucent em 2006-2007, o reagrupamento do setor de equipamento em telecomunicações continuou este ano com a compra por parte da sueca Ericsson da canadense desmantelada Nortel.
Ao mesmo tempo, os grupos chineses, como a Huawei, entraram com força no setor modificando em poucos anos as posições dos gigantes ocidentais que o controlavam.
Com este panorama, Nokia Siemens (NSN) busca consolidar sua posição de número 2 das redes de telecomunicações, lançando-se nos mercados do Japão e, especialmente, nos Estados Unidos, o que se tornou objetivo prioritário.
O acordo com a Motorola, que ainda deve ser aprovado pelas autoridades americanas e europeias, deverá ser selado no final de 2010.
Se obtiver luz verde das autoridades da concorrência, a Motorola transferirá para NSN cerca de 7.500 empregados e importantes centros de pesquisa e desenvolvimento nos Estados Unidos, Índia e China.
Peças importantes do acordo: os cerca de 50 operadores-clientes da Motorola, entre elas China Mobile para alguns contratos, os americanos Sprint e Verizon e ainda o britânico Vodafone. "Estamos felizes em poder estabelecer novas relações com os clientes e reforçar nossas posições com outros", comenta o diretor-executivo da Nokia Siemens, o indiano Rajeev Suri.
A Nokia Siemens põe também as mãos em 30 redes de terceira geração (CDMA) em 22 países e em 41 contratos em 21 países de tecnologia de quarta geração WiMax, dos quais a Motorola é um dos principais elementos.
Do lado do americano, a decisão se inscreve na estratégia visando à separar no início de 2011 suas atividades de grande público, entre eles a telefonia móvel, e seus equipamentos profissionais, a fim de melhorar a rentabilidade do grupo sob pressão de grandes acionistas.
No mercado, Ericsson é o número um mundial, diante de NSN, Alcatel-Lucent e Huawei, segundo o Dow Jones Newswires.
No setor de telefones celulares, a aliança Sony Ericsson, concebida a partir de 2001, sofre com parte do mercado em recuo nítido, mesmo se o grupo sueco-japonês tenha melhorado seus resultados desde o início de 2010.
Como aconteceu com os chineses, em termos de equipamentos, o mercado de telefones foi abalado pelo sucesso de novos participantes, em detrimento de pesos pesados "históricos" (Nokia, Motorola, Sony Ericsson, etc.): o canadense Research In Motion com seu Blackberry e, principalmente, o americano Apple, com o iPhone.