Agência France-Presse
postado em 19/07/2010 13:20
A moeda húngara, o forinte, estabilizava-se nesta segunda-feira (19/7) depois de baixa significativa em relação ao euro, em seguida a advertências do FMI e da UE sobre a necessidade de o país adotar decisões difíceis para sanear suas finanças.O forinte foi cotado a 291,35 por euro, quando na sexta-feira fechou a 282,10. Na abertura dos mercados, havia caído até 289,49 por euro.
Os mercados reagiram como previsto à advertência feita no final de semana pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e a União Europeia (UE) ao governo húngaro, ao qual pediram decisões difíceis para sanar as finanças públicas do país. O FMI e a UE haviam concedido empréstimo de 20 bilhões de euros à Hungria, em outubro de 2008, para evitar a quebra do país.
O empréstimo, que deveria expirar em março de 2010, foi estendido até outubro próximo, embora seus custos estejam suspensos por enquanto, devido à falta de acordo sobre as medidas a serem adotadas.
As recentes missões do FMI e da UE que visitaram a Hungria entre 6 e 17 de julho comprovaram que o governo conservador húngaro não había realizado estudos de factibilidade em relação aos efeitos de uma possível taxa adicional sobre os bancos que deveria aportar até 650 milhões de euros anuais. Além disso, as cifras do orçamento previsto para 2011 são muito vagas, segundo ambas as instituições.
O FMI e a UE admitiram, no entanto, que as políticas do governo para reduzir o déficit público tinham "base apropriada". Segundo o ministro húngaro da Economia, Gy;rgy Matolcsy, as delegações do FMI e da UE devem regressar em setembro ao país. "Voltarão a Budapeste em setembro e, então, vamos chegar a um acordo, estou certo", disse Matolcsy em entrevista ao canal de televisão CNBC.
Quanto às divergências entre Budapeste e as instituições internacionais sobre a taxação dos bancos, Matolcsy confirmou que o govenro apresentou nesta segunda-feira ao Parlamento projeto de lei sobre o assunto e a votação poderá ocorrer na quinta-feira.
O partido do premier Viktor Orban dispõe de ampla maioria no Parlamento depois das eleições de abril passado, pelo que não há dúvidas sobre a aprovação da lei.
Segundo o ministro, o governo não compartilha a preocupação de alguns analistas em relação à divisa nacional, já que a Hungria não tem os problemas de outros países da UE em relação ao déficit público.
O governo húngaro está "motivado em cortar o déficit público estabilizando-o em 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 e menos de 3% em 2011", acrescentou Matolcsy.
A Hungria saiu da recessão no primeiro trimestre de 2010, com crescimento de seu PIB de 0,9% em relação ao trimestre anterior.