Economia

Airbus e Boeing fecham contratos e fortalecem liderança

Agência France-Presse
postado em 22/07/2010 15:14
As duas gigantes da aeronáutica, a europeia Airbus e a americana Boeing, multiplicaram os contratos milionários no salão de Farnborough, confirmando a liderança em um setor que emerge da crise graças à demanda dos emergentes. O salão também foi êxito para a brasileira Embraer, que fechou pedidos de US$ 7,9 bilhões.

[SAIBAMAIS]Em quatro dias, Airbus e Boeing anunciaram a venda de mais de 500 aviões - levando em conta os pedidos firmes e cartas de intenção -, por um valor potencial de mais de US$ 55 bilhões, contra US$ 65,5 bilhões durante a edição anterior do salão de aeronáutica britânico em 2008.

As aeronaves de médio alcance Airbus A320 e Boeing 737 foram os que tiveram maior êxito, graças às compras de companhias aéreas de Ásia e Oriente Médio, assim como as companhias de aluguel de aviões, termômetro tradicional da saúde do setor aeronáutico.

Na quinta-feira, no fim do salão profissional nos arredores de Londres, que abrirá as portas ao público no sábado, os responsáveis pelas duas gigantes comemoraram os resultados do evento e manifestaram certo otimismo em relação ao futuro.

"Foi um bom salão para nós e creio que foi um bom salão para o transporte aéreo", afirmou o presidente da Airbus, Tom Enders.

A Airbus fechou contratos para 255 aviões por um montante de US$ 28 bilhões, dos quais 1.133 contratos firmes (US$ 13 bilhões) e protocolos de acordo para 122 aeronaves (US$ 15 bilhões), detalhou Enders.

A concorrente americana Boeing vendeu 249 aviões por um montante de US$ 27 bilhões, segundo cálculos da AFP. Mas esse balanço deve subir na medida em que muitos contratos já tinham sido contabilizados na lista de pedidos.

De toda forma, a Boeing causou sensação ao mostrar pela primeira vez fora dos Estados Unidos o novo avião 787 Deamliner, o único fabricado com 50% de materiais compostos, que o tornam mais rápido que os antecessores, consumindo menos energia.

O salão também foi positivo para a Embraer, cujos contratos somaram US$ 7,9 bilhões de dólares. "Foi um bom salão para a Embraer e eu diria para toda a indústria, depois de uma crise muito grave", afirmou um dos vice-presidentes do grupo brasileiro, número três no mundo, Horácio Aragonés Forjaz.

A Embraer considerou que esse salão foi "muito melhor" que o de Bourget no ano passado perto de Paris, presságio de um futuro promissor.

Os especialistas do setor consideram que esse salão confirma a tendência à reativação observada nos últimos meses.

"Os pedidos à Airbus e Boeing não me supreendem. As estatísticas de crescimento do tráfico aéreo mundial são em geral alentadoras e inclusive espetaculares em certos casos", comentou o analista Sandy Morris, da RBS.

Esse especialista afirmou que muitas companhias registram taxas recordes de passageiros nos aviões.

"A combinação de crescimento do tráfico e uma taxa de passageiros elevada se traduz em uma coisa: encomendas" de aviões, completou.

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