Agência France-Presse
postado em 28/07/2010 13:28
O tráfego aéreo mundial continuou recuperando-se em junho, indicou nesta quarta-feira (28/7) a Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA), uma semana depois do êxito de vendas dos grandes fabricantes aeronáuticos no Salão de Farnborough.O tráfego de passageiros aumentou 11,9% de forma interanual em junho, enquanto o tráfego de mercadorias cresceu 26,5%, precisou IATA em um comunicado.
"O setor continua restabelecendo-se mais rápido que o previsto, mas com grandes diferenças em função das regiões", estimou o diretor-geral da IATA, Giovanni Bisignani, citado no comunicado.
A África registrou a alta mais significativa com 21,3%, graças ao Mundial de Futebol da África do Sul, seguida do Oriente Médio ( 18%), Ásia-Pacífico ( 15,5%), América Latina ( 14,7%), América do Norte ( 10,8%) e Europa ( 7,8%).
Segundo Bisignani, "a confiança continua elevada e nada indica que a reativação vai desacelerar com rapidez".
No entanto, a recuperação do setor vai desacelerar um pouco nos próximos meses por causa do final dos programas de ajuda pública.
Depois dos efeitos da crise financeira e dos problemas em abril causados pelas cinzas vulcânicas na Europa, o setor voltou ao crescimento e agora exibe uma progressão de 1 a 2% em relação ao máximo alcançado antes da crise do primeiro trimestre de 2008, enfatizou a IATA, que representa 230 companhias aéreas que abrangem 93% do tráfego comercial mundial.
Apesar de o diretor-geral da IATA expressar "um otimismo prudente", não hesitou em comemorar os pedidos de aviões anunciados no salão aeronáutico de Farnborough (Grã-Bretanha) na semana passada, que marcam a seu ver o retorno da confiança na aviação comercial.
A IATA advertiu em várias ocasiões sobre a dificuldade que enfrentam as companhias aéreas para encontrar um equilíbrio entre o tamanho de suas frotas ou a porcentagem de passagens vendidas por voo levando em conta as bruscas flutuações da demanda.
Os dois gigantes da aeronáutica, a europeia Airbus e a americana Boeing, multiplicaram os anúncios de contratos de milhões de dólares no Salão de Farnborough, confirmando sua liderança num setor que emerge da crise graças à demanda dos países emergentes.
Em quatro dias, a Airbus e a Boeing anunciaram a venda de mais de 500 aviões - levando em conta os pedidos fechados e as cartas de intenção - num valor potencial de mais de 55 bilhões de dólares.
O salão também foi um sucesso para o fabricante brasileiro Embraer, que fechou contratos no valor de 7,9 bilhões de dólares.