postado em 28/07/2010 18:40
A produção brasileira de aço bruto totalizou 16,3 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano, mostrando crescimento de 55% em comparação ao mesmo período do ano passado. De acordo com dados divulgados hoje (28/7), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Aço Brasil (IABr), as vendas internas nos seis primeiros meses do ano somaram 10,8 milhões de toneladas, com alta de 56,6% sobre o acumulado janeiro a junho de 2009.O presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes, destacou, entretanto, que a base de comparação é depreciada em função da crise internacional que atingiu o ápice no ano passado. Apesar disso, considerou o resultado bastante positivo. ;Nós achamos que é um resultado muito positivo. Eu acho que tem que ser feito um reconhecimento à maneira rápida como o governo agiu, apoiando esses setores estratégicos de construção civil, setor automotivo, setor de equipamentos, com a adoção de medidas anticíclicas, o que permitiu que eles reagissem e nós, que somos os fornecedores, pudéssemos reagir também;.
Marco Polo disse que o desempenho da siderurgia trouxe o nível da atividade para um padrão de estabilidade. Salientou, contudo, que ;temos um dever de casa enorme a ser feito, que é crescer o mercado interno, crescer o Produto Interno Bruto (PIB), o consumo de aço e o desenvolvimento econômico;.
As estatísticas do IABr revelam que as exportações brasileiras de aço cresceram 25,4% entre janeiro e junho deste ano sobre igual período de 2009, alcançando 4,2 milhões de toneladas. Já as importações, ainda refletindo a crise externa que deixou o mercado mundial superofertado, com preços deprimidos, evoluíram no período 148,4%, atingindo 2,7 milhões de toneladas. O resultado das importações reflete ainda a valorização do real em relação ao dólar, fenômeno que, segundo o executivo, afeta não só o setor siderúrgico, mas o comércio exterior do Brasil como um todo.
Para garantir a competitividade da siderurgia nacional no mercado mundial e, especialmente, em relação à China, Marco Polo afirmou que as principais dificuldades a serem superadas ;são os entraves do país, de uma maneira geral. A siderurgia não tem nenhum grande problema específico;. O setor siderúrgico reivindica isonomia competitiva, para que a indústria nacional possa obter ganhos em termos de competitividade com países concorrentes.
Ele acrescentou que há problemas relacionados a regras estáveis. ;Infelizmente, nós temos muita alternância de regras no país por conta de pressões políticas de [alguns] segmentos;. O principal desafio, porém, diz respeito ao crescimento do mercado doméstico, avaliou. ;Essa é a grande receita do bolo;.
O setor está otimista em relação ao futuro, diante dos chamados programas especiais, entre os quais a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, além do programa de óleo e gás e do programa habitacional do governo federal Minha Casa, Minha Vida. ;São programas que não trarão uma solução, mas serão indutores de um crescimento sustentado;.
As projeções feitas pela entidade apontam que a produção de aço nacional deverá atingir 33,1 milhões de toneladas em 2010, retornando ao patamar de 2008. Isso representará um acréscimo de 25,1% em comparação ao ano passado. Para as vendas internas, a meta é chegar a 21,1 milhões de toneladas, com alta de 29,1%. As exportações deverão somar 11 milhões de toneladas. O aumento previsto é de 27,4%. No que tange às importações, a expectativa é de que se alcance o recorde, este ano, de 4,1 milhões de toneladas, o que significará incremento de 78% em relação ao ano passado.