; Emílio Camanzi
Ele é o menor dos Audi. Foi apresentado no Salão de Genebra em março e fez o maior sucesso. Agora já está sendo vendido na Europa. Vai dar as caras por aqui no Salão do Automóvel de São Paulo em outubro, mas só será comercializado no começo de 2011. A versão escolhida para ser vendida no mercado brasileiro tem câmbio automatizado de sete marchas, dupla embreagem e motor 1.4. Com o pequenino, a Audi quer atacar em um novo segmento e aumentar sua participação de mercado frente às rivais Mercedes e BMW.
Compacto, com exatos 3,95 metros de comprimento, o alemãozinho feito na fábrica da Audi em Bruxelas, na Bélgica, está longe de ser um popular. É um compacto Premium que vem para brigar com Mini, Fiat 500 e até Smart. É também um city car, mas com todo o luxo, o conforto e o temperamento esportivo dos modelos sofisticados que a Audi produz. E deve estar preocupando mesmo. Tanto que a Fiat já anunciou uma edição especial do 500, a Limited Rosso Corsa, e a Mini, o Cooper S Mayfar, justamente para enfrentar o novo rival.
O Audi A1 é vendido em quatro versões: duas com motor a diesel e duas com motor a gasolina. Todas com sistema de injeção direta de combustível e inseridas no novo contexto downsizing(1).. No Brasil, a versão escolhida é a 1.4 S-Tronic, a mais sofisticada. Além do motor mais potente (123,7cv), o modelo vem equipado com câmbio robotizado de sete velocidades e dupla embreagem, que permite dois modos automáticos (normal e esporte), com trocas manuais sequenciais em aletas atrás do volante ou na alavanca no console. Isso aliado a uma suspensão firme, tipicamente esportiva, torna um prazer dirigir o Audi A1, especialmente em trechos sinuosos. E, se alguém abusar, controles eletrônicos de estabilidade e tração ajudam a colocar a casa em ordem.
Claro que a praia dele é a cidade. Compacto, ágil e fácil de manobrar, se dá muito bem, mesmo no trânsito congestionado. E o bom torque do motor em baixas rotações faz com que não se tenha de reduzir tanto de marchas quando se usa o modo manual para retomar a velocidade. Mas com essa receita mecânica, o pequeno é capaz de acelerar até 100km/h em 9,1s e chegar aos 200km/h.
O A1 é confortável e resolve alguns problemas que os concorrentes não conseguem. Quem vai na frente tem bom espaço e atrás vão duas pessoas de até 1,75m sem grandes apertos. Para a bagagem estão reservados 267 litros no porta-malas, levando-se em conta o tamanho do automóvel. Se precisar mais, dá para rebater parte ou todo o encosto do banco.
Ele também roda macio, apesar de a suspensão ser calibrada para um desempenho mais esportivo e as rodas em liga estarem calçadas com pneus de perfil baixo. Mas é bom lembrar que estávamos na Alemanha, em que as ruas e estradas são o sonho de consumo dos motoristas do restante do planeta! Aqui, se vier desse jeito, vai chacoalhar bastante.
O acabamento é muito bom. Os materiais usados, arremates e o nível de ruídos internos o identificam logo com o carro da Audi. Tem todos os equipamentos comuns a carros luxuosos, como ar-condicionado digital, GPS ; a fábrica diz que irá funcionar aqui no Brasil também ; e sistema Bluetooth de viva voz para celular. E não se esquece do lazer: quem quiser pode pedir um sistema surround de áudio com 465 watts de potência distribuídos por 14 alto-falantes.
O preço no Brasil ainda não está definido. Mas, se fosse hoje, estaria em torno dos R$ 90 mil. Um valor nem tão absurdo para quem quer ser diferente com charme.
1 - Compacto potente
Motores de baixas cilindradas (1.2 e 1.4 a gasolina e 1.6 a diesel), que contam com auxílio de um turbocompressor para fornecerem boas potências. As versões do A1 variam de 87cv a 123,7cv.
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