Economia

Bolsa lidera o ranking das aplicações em julho, com alta de 10,8%

Analistas indicam a renda fixa

Vera Batista
postado em 31/07/2010 07:00
Quem quiser chegar ao fim do ano com o pé direito, tem que começar a se preparar desde já. Não existe mágica. As férias com a família, as viagens dentro ou fora do país, ou mesmo a concretização do sonho da casa própria, enfim, todos os ingredientes para a felicidade exigem planejamento e detalhada avaliação do risco, do retorno e do prazo dos investimentos. Em momentos de incertezas quanto aos rumos da economia mundial, como os atuais, os analistas aconselham cautela e distância das aplicações arriscadas. Para não perder dinheiro, o investidor deve ser mais conservador que o habitual e sempre procurar a orientação de um profissional experiente.

Eduardo Velho, economista-chefe da Corretora Prosper, diz que, em todas as comparações, a Bolsa de Valores, por refletir a dinâmica do crescimento brasileiro, ganha disparado no longo prazo. Mas é preciso sangue frio para suportar as constantes oscilações dos preços das ações. Apenas no mês de julho, o Ibovespa, índice que mede o comportamento dos papéis mais negociados na BM, subiu 10,8%, a maior alta em 14 meses, liderando o ranking das aplicações. Porém, o indicador está negativo em 1,56% em 2010 e ninguém se atreve a prever quando vai se recuperar por completo.

A caderneta de poupança rendeu 0,62% em julho. Os fundos de renda fixa e dos fundos DI pagaram, em média, 0,75% e 0,80%, respectivamente. Já os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) apontaram ganhos da ordem de 0,82%. O ouro e o dólar, que não são vistos como aplicações pelos mais conservadores, computaram queda de 3,91% e de 2,7%.

Daqui por diante, a joia da coroa, ou aquele lucro certo para um prazo de seis meses, na avaliação do economista Clodoir Vieira, da Corretora Souza Barros, são os títulos do governo, ou Letras do Tesouro Nacional (LTNs), porque são pré-fixadas (acompanham a taxa básica de juros, Selic, que vem subindo desde abril). ;A expectativa, devido aos problemas na Europa e ao tímido crescimento nos Estados Unidos, é que a taxa de juros pare de subir ou mesmo caia mais à frente. Sendo assim, o investidor deve garantiu a sua rentabilidade já;, aconselha.

Vieira indica as LTNs com vencimento em 1;/1/2011, com projeção de ganho de 10,01% em 12 meses, e só no neste mês de julho rendeu 1,6%. Esses papéis podem ser adquiridos por meio de vários bancos, pelo sistema conhecido como Tesouro Direto. O economista recomenda também os fundos multimercados, que, normalmente, distribuem 10% do total investido em ações e 90% em renda fixa. Flávio Serrano, economista-sênior do BES Investimento, indica os fundos DI.

Após escolher a aplicação mais segura e conservadora para não perder dinheiro, o investidor precisa prestar atenção na tributação incidente. Clodoir Vieira afirma que a poupança, que vinha atraindo muita gente, hoje está desgastada. ;O ganho não é tributado, mas é pequeno: 0,6% ao mês;, diz. Os fundos de renda fixa têm uma tabela regressiva de Imposto de Renda (IR). Até seis meses, o Leão come 22,5%. De seis meses a um ano, a mordida cai para 20%. De um ano a dois anos, o desconto é de 17,5% e, a partir desse período, de 15%. ;Mesmo assim, com certeza vale à pena;, afirma Serrano.

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