postado em 05/08/2010 19:32
O setor de serviços respondeu, no ano passado, por 68,5% do Produto Interno Bruto (PIB) ; soma das riquezas produzidas no país ; e por mais de 70% dos empregos formais. Além disso, foi a atividade econômica que mais recebeu investimentos estrangeiros diretos: em torno de 45% das aplicações externas no setor produtivo.O resultado explica porque o setor de serviços é o que mais cresce no Brasil, afirmou hoje (5/8) o secretário de Comércio e Serviços, Edson Lupatini, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ao anunciar o Panorama de Comércio Internacional de Serviços, referente a 2009.
Depois de cruzar os dados do Banco Central (BC) sobre balanços de pagamentos com números do ministério sobre balanços comerciais, a Secretaria de Comércio e Serviços (SCS) concluiu que mesmo com a crise econômica internacional, que reduziu os fluxos mundiais do comércio exterior no ano passado, o desempenho das exportações brasileiras de serviços caiu 8,8% em relação a 2008. Somaram US$ 26,3 bilhões, contra US$ 28,8 bilhões no ano anterior.
Foi o único resultado negativo das exportações do setor, desde que a SCS começou a divulgar o balanço, em 2005. Mas, como enfatizou o secretário Lupatini, as exportações mundiais de serviços caíram em média 12,9%, com diminuições mais acentuadas nos países desenvolvidos, que sofreram mais o impacto da crise financeira. O Brasil, ao contrário, manteve praticamente estáveis as importações de serviços, que declinaram apenas 0,7% na comparação anual.
Lupatini destacou que ;o setor de serviços é o que mais cresce, aqui e lá fora;, a ponto de representar cerca de 80% do PIB em países como Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, entre outros. Ele afirmou que a previsão para este ano é de forte recuperação das exportações brasileiras de serviços, na faixa de 23% aproximadamente, como nos anos anteriores à crise mundial.
Para impulsionar ainda mais o setor, ele anunciou que o Diário Oficial da União deverá publicar, até o fim deste mês, o decreto de criação da Nomenclatura Brasileira de Serviços, elaborada em conjunto com a Secretaria da Receita Federal (SRF) e com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se de uma codificação dos mais de mil tipos de serviços prestados nas exportações e nas importações, reconhecidos pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
Lupatini acredita que o novo documento pode ser implantado ainda este ano, de modo a agilizar a catalogação dos serviços. Ele explicou que a catalogação dará mais visibilidade à prestação de serviços externos por pessoas jurídicas e por pessoas físicas. ;Só precisa que classifiquem corretamente o serviço prestado para que possamos falar a mesma linguagem com o mundo;, afirmou.