Economia

Sobrou para o Blackberry

Governos do Oriente Médio dizem que o sistema de segurança do aparelho, de tão eficiente, favorece a ação de grupos terroristas

postado em 07/08/2010 07:00

A célebre robustez do sistema de segurança do Blackberry, avalizada pela troca de torpedos entre o presidente norte-americano, Barack Obama, e seus assessores, causa apreensão em alguns países do Oriente Médio. Esses governos argumentam que o processo de criptografia utilizado para a transmissão de mensagens entre os aparelhos da marca é tão complexo que não possibilita que os órgãos reguladores locais interceptem os textos enviados pelos usuários, o que colocaria em risco a segurança da região. Segundo as autoridades, terroristas têm se aproveitado da impenetrabilidade do sistema para arquitetaram atentados. Caso a fabricante não coopere, alguns países declararam que irão bloquear o uso do dispositivo.

O primeiro a colocar a ameaça em prática foi a Arábia Saudita. Na manhã de ontem, o órgão regulador do país obrigou as três principais operadoras a restringirem algumas das funções do celular. ;O modo como são utilizados os serviços do BlackBerry não correspondem aos critérios de segurança da comissão nem às condições de licença;, informou a Comissão de Comunicações e Tecnologia da Informação. Porém, a suspensão durou pouco tempo. Apenas quatro horas depois do embargo, o serviço de troca de mensagens foi restabelecido.

Atentados
O mesmo motivo fez com que os governos da Índia e do Líbano avaliassem a questão. A agência reguladora dos Emirados Árabes também afirmou que irá cortar os serviços da Rim em 11 de outubro por conta da dificuldade em monitorar as comunicações de texto feitas com o aparelho. Casos recentes de atentados deram fôlego à tentação de vigiar o que é enviado a partir desses celulares. Há dois anos, os terroristas que atacaram um hotel de luxo em Mumbai utilizaram Blackberries para planejar a ação. A mesma tática foi usada por um esquadrão de força israelense durante um ataque que resultou na morte de um contrabandista de armas do Hamas no início do ano.

Ao enviar os dados de seus telefones, a Rim transfere automaticamente as informações de forma criptografada(1) para servidores localizados fora desses países, prática que é condenada por algumas nações do Oriente. Em comunicado, a fabricante canadense afirmou que apenas oferece aos seus clientes sistemas altamente seguros, que são utilizados tanto por empresas, quanto por governos. Em entrevista ao Wall Street Journal, o vice-presidente da Rim, Michael Lazaridis, disse que a demanda por acesso as dados transmitidos pelos proprietários dos telefones pode representar um perigo ao crescimento da web como um todo. ;Isso é sobre a Internet;, afirmou ao jornal. ;Se eles não podem lidar com a Internet, então deveriam desligá-la.;

Vigilância disfarçada
Sob o pretexto de melhorar o desempenho do telefone, a maior operadora de telecomunicações dos Emirados Árabes, Emirates Telecommunications, enviou recentemente aos seus usuários pacotes de atualização de sistema para serem instalados nos aparelhos. No entanto, a Rim afirmou que tudo não passa de um programa disfarçado utilizado pelo governo para interceptar as comunicações feitas pelos clientes.

O número
caladão
4 horas

Tempo em que a Arábia Saudita bloqueou o envio de mensagens por Blackberry




Positivo lança e-reader
O leitor de livro digital da Positivo Informática, o e-reader Alfa, começa a ser vendido a partir da próxima terça-feira, 10. A intenção é disputar mercado com o Kindle, da Amazon, líder absoluto nesse segmento. Mas, por enquanto, o equipamento só estará disponível na Livraria Cultura, que venderá com exclusividade até 17 de agosto em suas lojas e pela internet por R$ 699. Depois, quando o aparelho estiver em outras livrarias, a Positivo acredita que o preço ficará R$ 650 e R$ 750.

O e-reader brasileiro tem tela de 6 polegadas e tecnologia touchscreen (sensível ao toque). É mais leve que um livro e mais fino que uma revista, pesa somente 240 gramas e tem 8,9 mm de espessura, 170 mm de altura e 124 mm de largura. Com 2 GB de memória, ele armazena até 1,5 mil livros e ainda permite expansão da memória com cartão Micro SD. A bateria é recarregável, de longa duração, permitindo folhear até 10 mil páginas. O equipamento traz o Dicionário Aurélio instalado e pode ser consultado simultaneamente à leitura.

A Livraria Cultura oferece como brinde aos primeiros clientes do Alfa o download do livro O Príncipe, de Maquiavel, da Penguin Books/Companhia de Letras. Além da Cultura, a Saraiva é outra grande rede que já oferece livros eletrônicos. Mas outras editoras estão se organizando para ampliar o mercado de ebooks no Brasil, a exemplo do que já ocorre em mercados mais maduros, como Estados Unidos e Europa.

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