Vânia Cristino/ Especial Estado de Minas
postado em 07/08/2010 07:00
A onda recente de recalls não é um privilégio da indústria de carros. Os fabricantes de brinquedos, especialmente no exterior, também começam a aumentar a lista de convocações para reparos em produtos com defeito. Ontem, um chamado para conserto nos Estados Unidos e Canadá repercutiu no Brasil. Peças do produto Fisher-Price Little People Acampamento Divertido, que têm risco de se soltarem, geraram o alerta. Elas podem ser engolidas por crianças brasileiras, já que o kit é importado por comerciantes do país, onde a comercialização está preventivamente proibida. Segundo os fabricantes, existe a suspeita de que partes do brinquedo, uma espécie de barraca com apetrechos para acampamento, se soltam com facilidade durante o uso, podendo ser ingeridas pelos pequenos. No Brasil, a constatação do provável defeito foi feita pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), que identificou o chamado de recall nos Estados Unidos e no Canadá. A primeira providência do órgão foi confirmar que o produto já é comercializado no país, onde foi lançado recentemente.
Suspensão
Tanto o importador quanto o organismo responsável pela certificação da barraca foram chamados a dar explicações. A venda está suspensa até a conclusão do estudo que vai comprovar se há perigo para as crianças. Para facilitar a identificação do brinquedo pelo consumidor brasileiro, o Inmetro informou que o produto consiste em um conjunto de sete peças: um acampamento, com uma tenda cor-de-rosa e uma menina de blusa verde com uma máquina fotográfica pendurada no pescoço.
A embalagem traz impressa, na parte inferior acima do código de barras, a referência R6935. O Inmetro ainda não disse o que o consumidor que adquiriu o produto deve fazer para ser ressarcido. Os interessados em esclarecimentos adicionais deverão procurar a Ouvidoria do instituto (0800 285 1818).
Memória
Carrinho mutilador
No fim de 2009, a britânica Maclaren anunciou o recall em 1 milhão de carrinhos de bebês vendidos nos Estados Unidos e no Brasil. Na ocasião, a Brasbaby, responsável pela importação, foi orientada a tomar as mesmas medidas adotadas no mercado norte-americano. O problema ocorria quando o carrinho dobrava-se inesperadamente e colocava as crianças em risco. Nos EUA, 12 recém-nascidos tiveram seus dedos mutilados pela dobradiça do produto.
Pais puxam comércio
Rosana Hessel
Apesar dos sinais de desaceleração da economia, o comércio está retomando momentos de euforia em razão do Dia dos Pais. De acordo com um levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) de agosto, os brasileiros resolveram voltar às compras para presentear o ente querido. A Sondagem de Expectativas do Consumidor feita pela instituição indica uma retomada do crescimento do percentual de consumidores com o ímpeto de gastar mais em razão da data comemorativa. A proporção passou de 8,8% em 2009 para 9,9% neste ano. O número volta aos patamar de dois anos atrás, quando ficou em 9,7%. O aumento vem ao encontro da expectativa do comércio, que espera, com o Dia dos Pais, uma retomada das vendas depois do leve declínio sofrido durante a Copa do Mundo. A data é a quinta melhor para o setor, ficando atrás do Natal, do Dia das Mães, do Dia dos Namorados e do Dia das Crianças.
A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), por exemplo, prevê um crescimento de 10% nas vendas no varejo de shoppings em função do próximo domingo. ;O mercado brasileiro está aquecido em função da estabilidade da economia e o aumento do poder de compra do brasileiro;, comentou o diretor de relações institucionais da entidade, Luís Augusto Ildefonso da Silva. Segundo ele, o ritmo de inauguração de empreendimentos no país está muito mais acelerado e acima da média dos últimos três anos. ;Nossa previsão é inaugurar 99 shoppings até a primeira metade de 2012;, informa.
Preferência
De acordo com dados da associação compilados junto a mais de 60 varejistas de diferentes segmentos, o consumidor pretende gastar entre R$ 60 e R$ 100 com os presentes(1) para os pais. Entre os principais itens, como presentes, destacam-se bolsas, carteiras, calçados, malharia em geral, além de livros e DVDs. A pesquisa da FGV também aponta a mesma tendência de que, neste ano, os pais deverão ganhar menos eletroeletrônicos e mais roupas e acessórios. Segundo a sondagem, houve um aumento de 48,8% para 60,7% dos consumidores que pretendem comprar peças de vestuário, enquanto a proporção dos que pretendem comprar equipamentos caiu de 22,2% para 9,1%.
Outro dado que corrobora o clima de otimismo do comércio no Dia dos Pais é o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Ibope Inteligência. O indicador alcançou 116,8 pontos em julho, registrando uma elevação de 1,8 ponto na comparação com o mês anterior. O valor é o segundo maior da série histórica, inferior apenas ao de dezembro de 2009, quando alcançou 117,2 pontos.
;Esse crescimento reflete melhora na grande maioria dos índices que compõem o Inec em comparação com junho. Todos encontram-se acima de suas respectivas médias históricas, ou seja, os consumidores estão especialmente otimistas com relação à inflação e à própria renda, além de perceberem melhora em sua situação financeira;, disse relatório sobre divulgação do índice. De acordo com o documento, as expectativas de inflação, renda pessoal e situação financeira aumentaram, respectivamente, para 1,3%, 2,9% e 0,8% em julho.
Mimos mais baratos que os de 2008
A Sondagem de Expectativas do Consumidor da FGV é realizada com base em uma amostra de mais de dois mil domicílios em sete das principais capitais brasileiras. A coleta dos dados foi realizada entre 30 de junho e 19 de julho de 2010. A pesquisa da FGV registrou ainda que o preço médio do presente para o Dia dos Pais deste ano no Brasil foi de R$ 101,90 ; valor 3% acima da média registrada em 2009, mas 6,59% abaixo do patamar de 2008.
O número
R$ 60
Mínimo a ser gasto pelos que pretendem fazer um agrado no Dia dos Pais. Máximo pode chegar a R$ 100, segundo a Alshop
R$ 60
Mínimo a ser gasto pelos que pretendem fazer um agrado no Dia dos Pais. Máximo pode chegar a R$ 100, segundo a Alshop