postado em 10/08/2010 20:02
A indústria brasileira não está preparada para a expansão do mercado de etanol que deverá ocorrer nos próximos dez anos, segundo o estudo Mandatos de Biocombustíveis da União Europeia e dos Estados Unidos: Impactos sobre os mercados globais. A pesquisa foi elaborada em parceria entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Federação das Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp).Para um dos responsáveis pelo estudo, o diretor-geral do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), André Nassar, a indústria brasileira ainda não está enxergando o mercado de biocombustíveis que está se criando com a necessidade de redução de emissões de gases estufa, principalmente entre os países mais desenvolvidos.
Baseada nos atuais programas de substituição de energia fóssil, o estudo trabalhou com uma previsão de que em 2022 os Estados Unidos precisarão de 9 bilhões de litros de etanol por ano e a Europa usará 6% de biocombustíveis na matriz de combustíveis líquidos.
Com a elevação das exportações, Nassar acredita que haverá um aumento do preço do álcool combustível no mercado interno. ;Sobe um pouco o preço do etanol, reduz um pouco a demanda. Isso não prejudica o consumidor, porque, com o mercado de flex fuel que a gente tem aqui, você está abastecendo o seu carro;.
O pesquisador ressalvou, no entanto, que com o aumento da demanda externa, o setor sucroenergético deverá ampliar os investimentos. Mesmo assim, Nassar vê como um desafio expandir a produção de etanol sem provocar o crescimento das emissões de poluentes decorrentes da mudança no uso da terra. ;Ofertar etanol com menos emissões é um desafio tecnológico.;