Economia

Plataforma P-33 pode ser interditada

Sindicato denuncia estado precário do equipamento ao Ministério Público, à Marinha e à ANP. Órgãos reguladores farão vistorias

postado em 11/08/2010 07:44

O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF) pediu ontem ao Ministério Público do Trabalho a interdição da plataforma de produção P-33 da Petrobras, instalada no Campo de Marlim, na Bacia de Campos, alegando risco à segurança dos trabalhadores. Um filtro de óleo lubrificante chegou a ser interditada na semana passada, mas a estatal já retomou as operações. Além do Ministério Público, o Sindipetro-NF levou a denúncia à Marinha e à Agência Nacional do Petróleo (ANP).

A ANP informou que fará uma vistoria na plataforma P-33, depois de denúncias de que a plataforma tem problemas de infraestrutura e de segurança que podem colocar em risco os funcionários. A Marinha, que inspeciona a plataforma regularmente, fará uma nova visita à P-33 hoje.

Sindipetro-NF diz que pelo menos três plataformas estão malconservadasSegundo o coordenador do Sindipetro-NF, José Maria Rangel, os problemas foram detectados durante a operação de vistoria que vem sendo realizada pelos trabalhadores nas plataformas da Bacia de Campos desde 2009. ;São plataformas que estão operando há muito tempo e que necessitam de manutenção periódica para preservar o bom estado de conservação;, explicou Rangel, apontando como críticas também a situação da P-31, do Campo de Albacora, e da P-35, de Marlim.

Em nota, o sindicato afirma que um grande vazamento de gás atingiu a plataforma em maio deste ano. Em julho, houve uma explosão que não deixou feridos. Diante das denúncias dos funcionários, a Superintendência Regional do Trabalho do Rio de Janeiro fez uma vistoria na plataforma e constatou o risco de vazamento em filtros de óleo, que, segundo os fiscais, não têm válvulas de segurança. A Petrobras, que tem 45 plataformas, diz atender às normas do Ministério do Trabalho.

Pré-sal
O diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, disse esperar um preço em torno de US$ 7 ou US$ 8 para o barril de petróleo que será usado pela União na capitalização da Petrobras. Segundo ele, um valor próximo a US$ 5 para as reservas do pré-sal da bacia de Santos seria um preço ;muito pequeno;, enquanto um valor mais perto de US$ 10 ;está fora de cogitação, não está na mesa;.

A certificadora Gaffney, Cline & Associates (GCA) deve concluir a avaliação das reservas no fim de agosto, evitando um possível novo adiamento na capitalização da estatal. Lima afirmou ainda que seria bom se o governo aumentasse sua presença no capital da companhia de 32% para aproximadamente 40%, com a compra de sobras da capitalização. ;Não está no horizonte do governo entrar só com título público. A ideia é entrar com títulos e capital;, disse Lima à Reuters ontem.

PRÓXIMOS DE UM ACORDO
O governo americano e a petroleira BP estão perto de alcançar um acordo para assegurar a constituição de um fundo para a limpeza e a indenização das vítimas da maré negra, decorrente do vazamento de petróleo que durou três meses no Golfo do México. De acordo com o The Wall Street Journal, os recursos seriam provenientes das rendas obtidas com as atividades do grupo britânico no próprio Golfo. ;O governo de Barack Obama e a BP estão próximos de um acordo para utilizar os futuros ganhos da gigante petroleira no Golfo do México para garantir as operações de limpeza e o fundo de compensação de US$ 20 bilhões, que dará a ambas as partes um incentivo para continuar com a produção no Golfo;, afirmou o jornal financeiro. A BP anunciou na segunda-feira que fez a primeira contribuição, de US$ 3 bilhões, para o fundo das vítimas do vazamento.

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