Agência France-Presse
postado em 12/08/2010 16:59
Confortável com um lucro em alta, a General Motors anunciou hoje (12/8) a partida do presidente-executivo, Ed Whitacre, em um momento crucial para a maior montadora de automóveis americana, que se prepara para voltar à bolsa.Ao finalizar a coletiva por telefone que se seguiu à publicação do segundo lucro trimestral consecutivo, depois das perdas acumuladas desde 2007, Ed Whitacre anunciou inesperadamente a partida. Será substituído por um administrador do grupo, Daniel Akerson.
"Esses resultados mostram claramente que a nova GM está em bom caminho, impulsionada por uma boa dinâmica e para um belo futuro", afirmou Whitacre. "Isso me dá muita confiança para passar (a empresa) às mãos de uma nova direção", completou. "Desde o dia em que assumi como presidente-executivo, disse que meu plano era ajudar essa empresa a recuperar a grandeza e que não ficaria um dia além disso", lembrou.
Em 1; de setembro, abandonará o cargo de presidente-executivo e, no fim do ano, de presidente do conselho de administração, funções nas quais será substituído por Dan Akerson.
Akerson, 61 anos, é um engenheiro e financista apaixonado pelas telecomunicações e um dos dirigentes do poderoso fundo de investimentos Carlyle Group. Ele chegou à GM como membro do conselho de administração em julho de 2009, nomeado pelo governo que acabava de assumir uma participação de 61% em um grupo que tinha declarado falência. Akerson foi oficial da Marinha, formado como engenheiro na prestigiosa Escola Militar. Completou os cursos com estudos de finanças e contabilidade na London School of Economics.
"A GM quer mostrar claramente que tem um plano sucessório antes de avançar com a entrada na bolsa", comentou Bill Visnic, analista do site especializado Edmunds.com, questionado pela AFP.
Ed Whitacre, 68 anos, tinha interrompido a aposentadoria para assumir a direção do conselho de administração no fim de julho de 2009, quando a montadora saía da proteção da lei de falências. Ex-diretor da operadora telefônica AT, tinha sido nomeado pelo Estado - que injetou em torno de US$ 50 bilhões para ajudar o grupo, então em um mar de dificuldades - e é hoje acionista da empresa com cerca de 61% do capital. Whitacre tinha assumido a função de presidente executivo em dezembro passado.
A partida ocorre em um momento delicado, quando a GM prepara O retorno à Bolsa de Nova Iorque, na qual deixou de ser cotada em junho de 2009, ao ser acolhida na lei de falências, depois de integrar o índice Dow Jones desde 1925.
Apesar de a montadora não ter anunciado a data do retorno a Wall Street, vários veículos da imprensa local indicaram que o grupo poderá registrar a solicitação às autoridades dos mercados de capitais na próxima sexta-feira, com o objetivo de voltar à praça nova-iorquina até novembro.
A GM publicou nesta quinta-feira um lucro de US$ 1,3 bilhão no segundo trimestre, o melhor em seis anos. Um ano antes, a "velha GM" registrava perdas de cerca de US$ 13 bilhões. Esses resultados foram qualificados como "impressionantes" pelo site especializado Edmunds.com.