Economia

Custos do carregamento das reservas compensam, diz diretor do BC

postado em 12/08/2010 17:57
O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Aldo Luiz Mendes, rebateu hoje (12/8) as críticas de que o custo do carregamento das reservas internacionais, que fecharam ontem em US$ 259,693 bilhões, têm custo excessivamente alto para o país.

Ele aproveitou a divulgação do Relatório de Gestão das Reservas Internacionais, referente ao ano passado, para ressaltar que ;o benefício com as reservas é bem maior que os custos com a manutenção;. Basta ver, segundo ele, que a crise internacional ocorreu em um momento em que as reservas brasileiras estavam altas e ;elas se mostraram, na prática, como um seguro muito eficiente;.

Mendes disse que não há dificuldade para se medir quantitativamente quanto as reservas lucram ou deixam de lucrar. O difícil, acrescentou, é definir os custos em termos quantitativos, pois não se pode dizer, por exemplo, ;quantos empregos foram poupados; ao longo do ano passado, em decorrência dos empréstimos do BC para empresas exportadoras e com dívidas externas, porque as reservas permitiram o socorro.

Apesar disso, as reservas internacionais do Brasil, que fecharam 2009 em US$ 239,05 bilhões, ainda conseguiram rentabilidade de 0,83%, embora tenha despencado em comparação com 2007 e 2008, quando apresentaram rentabilidades de 9,35% e de 9,33%, respectivamente.

O diretor do BC lembrou que as dificuldades vividas pelos Estados Unidos e por países europeus também contribuíram para o quase empate na lucratividade de divisas brasileiras. Em especial porque a composição das reservas, em 2009, era fortemente vinculada ao dólar norte-americano (81,9%) e ao euro (7%). Os 11,1% restantes são de outras moedas, com mais peso do dólar canadense e da libra esterlina, do Reino Unido.

A participação das moedas dos Estados Unidos e da União Europeia diminuíram, contudo, em relação ao balanço das reservas de 2008, quando o dólar norte-americano atingiu participação de 89,1% das reservas de então, seguido do euro (9,4%) e de apenas 1,5% de outras moedas. Mendes disse que a maior variação na composição atual é parte da estratégia do BC de priorizar a segurança, com maior liquidez e rentabilidade ; exatamente nessa ordem.

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