Economia

Argentina volta a tabelar a gasolina

Preocupado com a irritação causada pelo aumento de preços, governo retoma o controle sobre a venda de combustíveis

postado em 14/08/2010 07:00

A Argentina vai novamente controlar o preço dos combustíveis, medida que adotou em 2006 e que, no Brasil, não obteve os resultados esperados ; segurar a inflação. A decisão do país vizinho, divulgada ontem pela agência estatal de notícias, vai vigorar a partir da próxima semana. O objetivo alegado pelo governo de Cristina Kirchner é garantir a oferta doméstica. Segundo o comunicado, as companhias que não abastecerem o mercado de maneira consistente poderão pagar multas. Mas analistas e empresários do setor afirmaram que a decisão não teria quase nenhum efeito prático.

Uma fonte de uma petroleira afirmou que o governo quer, com a decisão, mostrar que está alerta em relação ao descontentamento social pela elevação dos preços dos combustíveis ; a gasolina de alta octanagem subiu cerca de 30% no último ano, enquanto o diesel teve elevação de 26%. As penalidades para aqueles que deixarem de seguir a lei também incluem o fechamento das companhias por três meses, assim como prisão para os executivos das empresas. A regra, criada em 1974, foi aplicada pela primeira vez há quatro anos, quando o secretário de Comércio da Argentina multou a multinacional Shell por ela, supostamente, não abastecer diversos postos de combustível.

No Brasil, medidas como o tabelamento do preço foram abandonadas há mais de duas décadas. Sem conseguir debelar a inflação, o controle apenas irritou motoristas com a formação de filas nos postos às vésperas de reajustes.

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