Economia

Banco do Brasil lucra R$ 5 bi

Crescimento de carteira de crédito e queda da inadimplência turbinam o resultado da instituição no primeiro semestre, que fica em 2º lugar, atrás apenas de Itaú Unibanco

Vânia Cristino/ Especial Estado de Minas
postado em 17/08/2010 07:00
O Banco do Brasil obteve, no primeiro semestre do ano, lucro líquido de R$ 5,1 bilhões, abaixo apenas do obtido pelo Itaú Unibanco, que, no mesmo período, faturou R$ 6,4 bilhões. No ranking das cinco maiores instituições financeiras do país, o Bradesco ficou em terceiro lugar, com lucro líquido de R$ 4,6 bilhões. O vice-presidente de Finanças, Mercado de Capitais e Relações com Investidores do BB, Ivan Monteiro, atribuiu o resultado da instituição ao crescimento da carteira de crédito e à queda da inadimplência, que, segundo ele, se aproxima dos níveis pré-crise.

;Ganhamos mercado nesse período;, disse, em resposta ao argumento de que o crédito nos bancos públicos está crescendo em velocidade inferior à dos bancos privados. A carteira de crédito do BB encerrou o primeiro semestre de 2010 com saldo de R$ 326,5 bilhões, expansão de 29,3% em 12 meses e de 6,9% no trimestre. O crescimento maior deu-se entre as pessoas físicas, especialmente no consignado (empréstimo com desconto em folha) e financiamento de veículos, enquanto para as empresas o destaque foram as operações de investimento e capital de giro. O BB, de acordo com Monteiro, é o maior banco do país em ativos (R$ 756 bilhões) e líder em financiamentos concedidos, o que lhe dá 20,1% do mercado.

Qualidade
;Passada a crise, a concorrência voltou, mas esperamos conseguir manter esse nível de market share (participação) até dezembro;, disse Aldemir Bendine, presidente do banco. A inadimplência para operações vencidas há mais de 90 dias atingiu 2,7%, praticamente o mesmo percentual (2,6%) observado em 2008, antes da crise econômica, e abaixo dos 3,3% na comparação com 2009. O vice-presidente do BB explicou que, ao lado da melhora da qualidade da carteira, houve também redução das despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa, que acumularam, no semestre, R$ 2,9 bilhões ; número 9,5% menor que o registrado para essas despesas no primeiro semestre de 2009.

O BB realizou, em junho de 2010, oferta pública de ações. Reforçou seu capital em R$ 7,05 bilhões, elevando o índice de Basileia, que mede a saúde do banco para emprestar, para 14,3%. A operação no mercado financeiro dilatou ainda o percentual mínimo de papéis negociados, de 25% para 30,4% ; uma exigência do regulamento do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (BM).

Expansão
O BB vai distribuir R$ 2,1 bilhões do seu lucro semestral aos acionistas, sendo a maior parte, 65,3%, para o Tesouro Nacional. O desempenho da instituição correspondeu a um retorno anualizado de 28,7% sobre o patrimônio líquido. Entre abril e junho, ela foi de 31,5%. A depender dos movimentos do banco para aumentar de tamanho, os resultados devem continuar elevados. Na semana passada, o BB anunciou parceria com o Bradesco e o português Banco Espírito Santo (BES) para operar em conjunto no continente africano. No Brasil, a estratégia é abrir 2 mil agências em quatro anos e fincar presença em todos os municípios brasileiros. O primeiro passo será instalar 500 unidades onde ainda não opera.

Em alta (Em R$ bilhões)
Ganhos dos bancos no 1; semestre de 2010

Instituições - Lucros

  • Itaú Unibanco - 6,4
  • Banco do Brasil - 5,1
  • Bradesco - 4,6
  • Santander - 2,0
  • Caixa - 1,7

Fonte: Balanços

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