postado em 17/08/2010 07:00
; Rosana HesselA Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investiga o vazamento de informações na última sexta-feira sobre a fusão da TAM com a chilena LAN antes do fechamento das bolsas no Brasil. Naquele dia, as ações da TAM encerraram o pregão da Bovespa a R$ 36,20, valor quase 30% acima do registrado no início da manhã.
A presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana, confirmou ontem a notícia antecipada pelo Correio no sábado. ;Estamos investigando. Toda oscilação que precede a divulgação de uma informação relevante é sempre seguida de uma análise da CVM;, disse. Ela contou ter solicitado explicações para a TAM e para a Bovespa e não há um prazo para a Comissão concluir a apuração. ;Nem é bom que a investigação seja rápida para não se influenciar pelo clamor público;, disse. Ontem, os papéis da companhia caíram 0,49%, fechando a R$ 36,02.
O presidente da TAM S/A, holding que controla a TAM Linhas Aéreas, Marco Antonio Bologna, negou o vazamento de informações. ;Se saiu alguma informação ao mercado antes do fechamento da bolsa, ela não saiu daqui da empresa;, disse o executivo ao Correio.
Avaliação
Bologna espera que o processo de fusão seja concluído de seis a nove meses, prazo que ele considera suficiente para que todos os sinais verdes sejam dados pelas autoridades competentes. ;Haverá um ganho de sinergia em torno de US$ 400 milhões;, afirmou. Ele destacou também o aumento de 15,1% na receita líquida da companhia no segundo trimestre de 2010, apesar do prejuízo de R$ 154 milhões. O aproveitamento dos voos domésticos da TAM, entretanto, caiu 0,50 ponto para 61,2%, ficando abaixo do ponto de equilíbrio geral da empresa, de 66,2%.
O executivo assegurou que a fusão será positiva para as duas empresas e para os acionistas que terão participação em uma holding de US$ 14 bilhões. ;Até os analistas estão recomendando a compra das ações e não a venda;, comentou.
Ontem, a agência de classificação de risco Fitch Rating, por exemplo, fez uma observação favorável à operação. ;Estrategicamente, a combinação das companhias é positiva e proporciona uma boa oportunidade para que ambas cresçam, beneficiando-se das sinergias comerciais, financeiras e operacionais;, disse o relatório da empresa, que destacou como negativa o aumento do endividamento da TAM, que passou de 5,7 vezes em 2008 para 6,5 vezes, ao fim de junho de 2010.