postado em 18/08/2010 16:01
O presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP), Luiz Carlos Argolo, criticou hoje (18/8) a entrada da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) nas negociações com o governo federal sobre a greve dos peritos médicos. Para Argolo, foi uma ;intromissão;. A perícia médica previdenciária está em greve desde 22 de junho. Pelos cálculos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mais de 400 mil perícias deixaram de ser feitas no período.Argolo disse que a entrada da Fenam nas negociações cria uma ;confusão; entre a atividade do perito e o atendimento médico emergencial. Ele rechaçou a proposta apresentada pela Fenam ontem de promover mutirões para atender aos segurados do INSS que aguardam a perícia.
;Infelizmente, a truculência está vindo de todos os lados, do governo e da Fenam, pela sua intromissão;, disse Argolo. Ele garantiu que o processo de negociação estava em andamento e que a associação havia aceitado, ainda que de forma parcial, a proposta apresentada pelo governo ; com exceções que tratam, por exemplo, do que chamou de autonomia do perito médico.
;É a autonomia de gerenciar a atividade. Não podemos atender mais do que 12 segurados e o tempo (jornada de trabalho) não pode ser maior do que seis horas;, explicou. ;A greve é cumulativa. Quanto mais se demora para resolver, o passivo vai aumentando;, alertou. Argolo disse ainda que o país tem um déficit de mais de mil médicos para a área de perícia do INSS.
Para Argolo, a saída se resume na abertura de concursos públicos. Apesar de se tratar de ano eleitoral, cuja legislação específica dificulta a homologação de concursos, ele sugeriu que o Ministério da Previdência convoque os 250 candidatos aprovados no último concurso feito pela pasta.