postado em 19/08/2010 07:40
A Alemanha planeja vender 320 bilhões de euros em bônus em 2011, disse ontem um porta-voz do Ministério das Finanças. A dívida planejada comprometeria cerca de 57,5 bilhões de euros em novos empréstimos líquidos e 262,6 bilhões em demais financiamentos, acrescentou o porta-voz do ministério conduzido por Wolfgang Sch;uble.O governo da chanceler Angela Merkel havia planejado emitir 343 bilhões de euros em dívida neste ano, mas o número caiu para 338 bilhões e pode se reduzir ainda mais enquanto o governo aproveita receitas tributárias adicionais provenientes da recuperação mais forte que o esperado.
O bom desempenho da economia alemã, cujo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) está puxando para cima o resultado de toda a Zona do Euro, começa a ser percebido pelos investidores. Tanto que o custo de financiamento da Alemanha caiu à mínima recorde na venda de 5 bilhões de euros em bônus de 10 anos ontem. Os novos bônus alemães tiveram um rendimento médio de 2,37%, contra a taxa de 2,56% do leilão de julho.
Outros países
Os bons ventos também estão soprando sobre outros países duramente afetados pela crise. Ontem, o governo português teve parte de suas preocupações sobre suas finanças aliviadas ao vender mais dívida de curto prazo do que o planejado. O rendimento dos títulos portugueses de três meses caiu quase à metade em relação ao que pagaram no leilão de junho, quando os investidores da Zona do Euro ainda se recuperavam das perdas geradas por temores da possibilidade de contágio da crise grega por outros países.
Portugal vendeu 175 milhões de euros a mais do que o planejado para os títulos do Tesouro de três meses, com rendimento médio de 0,994%, ante 1,861% em junho. O rendimento dos bônus de 12 meses subiu para 2,727%, comparado a um leilão realizado há duas semanas.
Na terça feira, a Irlanda e a Espanha também conseguiram forte demanda em leilões de seus bônus. A venda pela Irlanda de papéis com vencimento em 2014 e 2020 era vista como um teste ao apetite do investidor, em meio a preocupações sobre o custo crescente de organizar o setor bancário do país. Mas Dublin não teve dificuldades para atingir o topo de sua meta, atraindo um total de 5,1 bilhões de euros.
A Espanha, outro país que está sendo observado de perto por investidores em meio às dificuldades para sair da recessão, vendeu 5,51 bilhões de euros em dívida, o maior valor da meta de 4,5 a 5,5 bilhões de euros, com os rendimentos caindo em relação ao mês passado.