postado em 21/08/2010 09:32
Washington ; O governo dos Estados Unidos reconheceu o fracasso de seu programa de ajuda aos proprietários de imóveis em dificuldades. O choque de realidade veio cinco meses depois de uma tentativa do Departamento do Tesouro de melhorar a ajuda aos mutuários afetados pelo estouro das hipotecas em setembro de 2008. Pelos dados divulgados ontem, 630 mil (48%) do 1,3 milhão de proprietários que tinham se beneficiado da redução ; provisória ou permanente ; das cotas de empréstimos com a ajuda do Estado tiveram o procedimento anulado.O Tesouro identificou três razões principais para isso: incapacidade do proprietário para cumprir seus compromissos financeiros, ausência de certos documentos e irregularidades (a casa não era a única residência ou as declarações de renda eram falsas). O programa de ajuda aos mutuários em dificuldades foi lançado pelo presidente Barack Obama em março de 2009, dois meses depois de ter tomado posse. O objetivo original era evitar o embargo de até 9 milhões de moradias.
Diante desse quadro, a Bolsa de Valores de Nova York encerrou a sexta-feira em clima de desânimo, com o índice Dow Jones caindo 0,56% para os 10.213 pontos. Na Nasdaq, a bolsa eletrônica, houve ligeira alta de 0,04%. Na semana, o pregão novaiorquino acumulou perda de 0,87% e a Nasdaq subiu 0,29%. ;Há uma luta interna no mercado atualmente entre uma série de indicadores econômicos majoritariamente decepcionantes das últimas 48 horas e a força compensadora que representa a multiplicação impressionante de anúncios de fusões e aquisições;, disse Craig Peckham, da Jefferies.
Na Europa, não foi diferente. As bolsas de valores fecharam em baixa e o euro caiu ao menor valor em mais de um mês frente ao dólar, depois de um integrante do Conselho Executivo do Banco Central Europeu (BCE)dizer à agência Bloomberg que seria ;sábio; estender ajuda financeira ilimitada aos bancos para além de 2010 e retomar no ano que vem as discussões para retirar os estímulos à economia. Analistas disseram que os comentários pessimistas contribuíam para o cenário econômico cada vez mais sombrio, o que pode manter a aversão a risco elevada. O euro chegou a cair 1%, para US$ 1,2686, a cotação mais baixa desde meados de julho. Na Bolsa de Londres, a baixa foi de 0,31% na semana. Em Frankfurt, a perda chegou a 1,15% e, em Paris, a 1,30%.