Os brasileiros estão tendo acesso a financiamentos baratos e de longo prazo, como os voltados para a aquisição da casa própria, mas muitas vezes não sabem procurar o melhor negócio. São tantas as ofertas, tanto em imóveis quanto em linhas de financiamento, que os clientes ficam confusos, sobretudo em Brasília, onde há 10 mil moradias prontas disponíveis e uma demanda reprimida estimada em 120 mil unidades. Daí que, mesmo com os preços nas alturas ; principalmente no Plano Piloto, onde há limitações para os prédios ;, o mercado está mais do que aquecido, para imóveis novos e usados. Não faltam motivos para se tomar cuidado, especialmente quando se trata da primeira compra.
;A primeira coisa a fazer é verificar as opções existentes e procurar a assessoria de um profissional, que vai ajudá-lo a encontrar a oferta apropriada para o orçamento familiar;, recomenda o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Brasília (Creci-DF), Hermes de Alcântara. Para quem não tem nenhuma poupança prévia, geralmente exigida como entrada ; uma vez que o crédito não abrange 100% do valor do imóvel ;, a melhor opção pode ser a aquisição de um imóvel na planta. ;Na compra, o adquirente ganha cerca de 24 meses para o pagamento da entrada, que é o prazo de construção. Por isso, a demanda pelos novos é maior;, explica a superintendente de Negócios Imobiliários do Santander, Nerian Gussoni.
Outra dica: os bancos exigem de entrada cerca de 20% do valor do imóvel, já que o financiamento máximo gira em torno do outros 80%. O problema, nesse caso, é maior para os autônomos e profissionais liberais, que precisam ter poupado antecipadamente para a compra do imóvel. Para a maioria dos trabalhadores com carteira assinada, a poupança prévia é substituída pelos recursos do saldo que possuem na conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Mas, nesste caso, existe uma particularidade. Os recursos do FGTS só podem ser usados se o imóvel a ser adquirido for avaliado em até R$ 500 mil, limite estabelecido para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
Condições
O futuro mutuário também não pode ter outro imóvel em seu nome. As condições de crédito para o financiamento das moradias velhas são iguais para as novas em termos de prazo e juros. A taxa de juros varia de 8,4% ao ano mais TR (Taxa referencial de Juros) a 10,5% ao ano. Nos cinco bancos pesquisados pelo Correio ; os que mais emprestam no setor ;, as condições para o financiamento imobiliário são muito parecidas. Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Santander, Bradesco e Banco do Brasil, assim como o Banco de Brasília (BRB), possuem diversas linhas, com recursos próprios e da caderneta de poupança, para operações dentro do limite do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), e, se for o caso, carteira hipotecária. Para imóveis de até R$ 500 mil, por exemplo, os mais procurados no mercado, o prazo de financiamento em todos os bancos chega a 30 anos.
O Itaú Unibanco informou que sua taxa de juros é diferenciada e depende do relacionamento do cliente com o banco. O percentual de financiamento chega a 90% do valor do imóvel, mas é de 80% na maioria das instituições financeiras. O comprometimento da renda com o pagamento da prestação também varia de 27% a 35%. Já a composição de renda aceita pelos bancos vai desde o rendimento individual do comprador ao da família, o que pode incluir o rendimento dos filhos. No caso de relações estáveis, entra a renda dos casais de uniões estáveis, inclusive do mesmo sexo.