postado em 26/08/2010 17:17
A produção de cana-de-açúcar brasileira pode enfrentar dificuldades para atender a demanda crescente de etanol, na avaliação do presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank. A procura pelo produto no mercado interno, segundo ele, está em expansão porque a frota de veículos bicombustíveis aumenta em ritmo muito forte, com cerca de três milhões de novas unidades vendidas a cada ano. Além disso, existe a possibilidade de um aumento significativo das exportações de etanol para os Estados Unidos, caso o país não renove as tarifas protecionistas do produto, que expiram no fim deste ano.;Todos os dados apontam para uma potencial alta da demanda;, afirmou o presidente da Unica durante a divulgação dos dados da safra 2010/11. Ele ressaltou, no entanto, que não existe previsão de investimentos suficientes para acompanhar esse crescimento de mercado. ;Não vejo nas empresas apetite para lançar novos projetos, até pelos elevadíssimos custos. As empresas sofreram muito com a crise do ano passado;.
Como não há previsão de aumento significativo da área plantada de cana-de-açúcar, ;se nada for feito, nós vamos ter dificuldades para exportar o etanol e abastecer os carros flex;, alertou. Para Jank, o governo precisa ajudar, com a adoção de medidas específicas para o setor. ;Precisa de uma política pública que estimule (o setor sucroalcooleiro), porque as margens são muito apertadas;.
Entre as medidas que a Unica considera importantes está a regulação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o etanol. Segundo Jank, como se trata de um tributo estadual, as diferentes tarifas cobradas em cada unidade da federação acabam encarecendo o produto em algumas regiões.
O presidente da Unica também defendeu que a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) que incide no preço da gasolina tenha uma alíquota que estimule o consumidor a usar mais o álcool.