postado em 27/08/2010 07:10
O aumento nos salários dos trabalhadores brasileiros também foi detectado pelo balanço dos reajustes salariais registrados no primeiro semestre. Aproximadamente 97% das 290 negociações resultaram em aumentos iguais ou acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de acordo com levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em 2008, esse percentual havia sido de 83% e, no ano passado, de 93%. Já a proporção de acordos que resultaram exclusivamente em ganho real subiu 11,3 pontos percentuais, atingindo a marca de 87,9%. Algumas das principais categorias, como bancários e petroleiros, entretanto, ficaram para o segundo semestre.O coordenador de Relações Sindicais do Dieese, Silvestre Prado de Oliveira, atribui o aumento do ganho real dos trabalhadores à retomada do crescimento econômico e à inflação, nos primeiros seis meses de 2010, inferior em comparação à observada em iguais períodos dos últimos dois anos. De acordo com Oliveira, o reajuste do salário mínimo ; base de referência para diversas categorias ; também impactou significativamente os resultados. ;Com a economia aquecida e os altos lucros das empresas, o poder de negociação dos sindicatos aumentou este ano;, disse.
Bancários
Entre os reajustes concedidos no primeiro semestre, 11,7% apresentaram ganho real (aquele onde são descontados os efeitos da inflação) acima de 3%, quantidade 7,2 pontos percentuais maior que a registrada durante o mesmo período do ano passado. Uma das negociações mais aguardadas para o segundo semestre é a dos bancários, que lutam, além do reajuste, por melhores condições de trabalho.
Na última terça-feira, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf) definiram o calendário de negociações para 2010. Os encontros serão realizados em três rodadas, tratando, respectivamente, de questões relacionadas aos temas saúde, emprego e remuneração. De acordo com o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro, o maior problema enfrentado pela categoria na atualidade são as metas abusivas e o assédio moral. ;Oito de cada 10 bancários se queixam desses problemas;, disse.