Economia

De olho na ascensão das classes C e D, empresários apostam em produtos mais caros

postado em 29/08/2010 08:28
O dólar barato e a melhoria do poder de compra do consumidor prometem um Natal recheado para aqueles que pretendem recorrer aos artigos importados. Nunca os fornecedores compraram tanto no exterior e, este ano, além dos produtos tradicionais, como o bacalhau, as frutas secas e os vinhos, são os artigos de maior valor agregado que atraem a atenção do público comprador.

De acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), Welber Barral, o segundo semestre é uma época em que tradicionalmente as empresas começam a se abastecer para a data comemorativa. Entretanto, o Brasil importa atualmente volumes muito superiores, na comparação com qualquer outro ano anterior. ;Temos hoje a mesma sensação de poder de compra que os argentinos tinham quando a moeda deles estava emparelhada com o dólar;, afirma.

O técnico destaca que parte do otimismo expresso nas encomendas dos importadores existe por conta da maior mobilidade social, que elevou nos últimos anos as famílias da classe C e D, respectivamente, para as faixas de renda B e C. A movimentação fica clara ao observar o tipo de artigo importado em ascensão, que abrange produtos como maquiagem, cosméticos, vinhos, champanhe e uísque. Os dados da pasta apontam, por exemplo, crescimento de 2.836% na importação de sombras, delineadores, lápis de olhos e rímel.

Linha gourmet
Confiante na disposição do brasileiro em consumir produtos de maior valor agregado, a companhia La Rioja pretende duplicar a importação de panetones da marca em relação ao que foi trazido para o país no ano passado para 2 milhões de unidades este ano. Segundo o gerente de Marketing da empresa, Walter Leone, a expectativa é de que as vendas da produção vinda de Santa Fé, na Argentina, apresentem crescimento entre 15% e 20%. Leone explica que a empresa já possui uma fábrica na cidade de Alumínio, em São Paulo, utilizada para o envaze de azeites e conservas e para o fracionamento de frutas secas, mas não abre mão da importação. ;Para os produtos considerados da linha gourmet e que são produzidos somente nos países de origem, o melhor canal realmente é a importação;, destaca.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação