Sandra Kiefer
postado em 29/08/2010 08:36
Há alguns meses, a pedido do irmão, Iany Maioline aceitou tornar-se sócia minoritária do fundo de investimentos Firv, com 5% de suas cotas. ;Minha vida virou um inferno;, define. Ela tomava conta do núcleo da Firv em Araçuaí (MG). ;Confiava tanto nele que vesti a camisa da empresa. Quem mais perdeu com isso fui eu. Todos os dias sofro pelas pessoas que confiaram em mim seus investimentos. Peço perdão a todas;, abre-se Iany, que empenhou casa e carro para investir no negócio. Ela e o pai estão morando provisoriamente em uma cidade do interior do país, que, por motivo de segurança, não teve a localização revelada pelo advogado dos sócios, Marco Antônio de Andrade.;Não há nada a esconder. A hora em que a polícia convocar, eles aparecerão;, garante. O advogado diz ainda que a família espera o momento certo para requerer a posse de metade dos bens em nome de Thales, bloqueados pela Justiça: dois apartamentos, granja e restaurante. ;A família não criou a dívida da Firv nem se beneficiou com o esquema. Com o desaparecimento de Thales, eles vão viver de quê?;, questiona Andrade.
A vítima mais revoltada é Oséias Marques Ventura, de 37 anos, há nove colega de Maioline. Os dois trabalharam na Mineração Serras do Oeste (Msol). Para ajudar o amigo, Ventura aceitou receber procuração em nome dele e entrar na empresa como sócio minoritário, com 5% das cotas, poucos meses antes de explodir o esquema, depois do alerta da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de que a empresa não tinha licença para operar na bolsa de valores, em 23 de junho. ;Sou inocente e estou respondendo por isso. Meu filho de 11 anos ficou vários dias sem ir à escola, depois do escândalo. Outro dia, ele virou para mim e perguntou: ;Pai, é verdade que você vai ser preso?;