Economia

Após crise, mercado de moedas tem forte avanço no mundo

Agência France-Presse
postado em 01/09/2010 15:00
Somas colossais, superiores ao PIB alemão, são negociadas diariamente nos mercados mundiais de moedas, que se tornaram uma prioridade dos investidores que buscam diversificar seus ativos em um contexto incerto, revela um estudo do Banco de Compensações Internacionais (BIS).

Segundo este estudo feito a cada três anos com 53 bancos centrais e 1.300 operadores, a média de transações diárias no mercado de moedas alcançou a colossal marca de 3,98 trilhões de dólares (3,13 trilhões de euros) em abril de 2010. Isso representa um aumento de 20% em relação a abril de 2007.

O entusiasmo pelo mercado de moedas não é novo, mas parece ter aumentado durante a crise econômica mundial.

Os operadores tradicionais - ou seja, os grandes bancos privados - já não são os donos do mercado, diz o BIS, e foram superados pela categoria "outras instituições financeiras", que engloba os bancos que não estão cotados em bolsa, os fundos especulativos, os fundos de pensão, as seguradoras e os bancos centrais, entre outros. "Dado o crescimento espetacular das reservas mundiais de câmbio nestes últimos anos, podemos supor que os bancos centrais dos países emergentes foram um motor importante de crescimento" desse mercado, disse, por sua vez, Simon Derrick, analista do BNY Mellon.

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), as reservas de moedas no mundo se estabeleciam em 8,08 trilhões de dólares no fim de 2009, 54% mais que três anos antes. A China possui em torno de 30% dessas reservas.

A vontade de diversificação encontra-se também no próprio mercado, onde os investidores negam-se a apostar tudo em moedas importantes como o dólar.

Assim, a parte da moeda americana nas transações diminui em benefício do euro e do iene, outras duas grandes moedas de reserva clássicas, mas também moedas mais exóticas como o dólar canadense ou australiano.

Em abril de 2010, o dólar totalizava ainda 84,9% das transações diárias, mas o euro e o iene progrediam para alcançar 39,1% e 19%, respectivamente, segundo o BIS.

Nesse mesmo período, os dólares australiano e canadense ganharam cada um um ponto percentual em relação a 2007, para 7,6% e 5,3%, respectivamente.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação