Agência France-Presse
postado em 01/09/2010 15:54
Washington - Os dados oficiais de emprego em agosto nos Estados Unidos, esperados para a próxima sexta-feira, poderão ser piores que o previsto, depois da publicação nesta quarta-feira (1/9) de um estudo que indica uma inesperada redução de postos de trabalho no setor privado.Segundo o estudo mensal publicado pela consultoria de recursos humanos ADP, em agosto as empresas privadas americanas eliminaram 10 mil empregos a mais do que criaram, quando os analistas previam a criação de 13 mil postos.
Mais inquietante ainda para a economia americana, as pequenas e médias empresas, supostamente as mais dinâmicas em termos de criação de vagas, suprimiram seis mil e cinco mil postos, respectivamente, segundo a ADP, enquanto as grandes empresas (com mais de 500 funcionários) agregaram um mil.
"A queda do emprego no setor privado em agosto confirma (...) que a reativação econômica fez uma pausa", destaca a ADP.
A pesquisa normalmente dá uma estimativa da evolução do mercado de trabalho antes do relatório oficial sobre o emprego (público e privado), que é publicado pelo Departamento do Trabalho na primeira sexta-feira de cada mês.
Antes do estudo, os analistas estimavam que o relatório mostraria que a economia americana perdeu empregos pelo terceiro mês consecutivo em agosto, menos que no mês anterior, com a supressão de 120 mil postos, contra 131 mil em julho.
A maioria desses empregos perdidos deveria ser - assim como nos meses anteriores - de pessoas contratadas pelo Estado para a realização do censo efetuado a cada 10 anos.
Segundo os analistas, a criação de postos no setor privado deverá cair para 44 mil empregos, depois dos 71 mil do mês anterior.
A taxa de desemprego subiria 0,1 ponto, a 9,6%.
Segundo a ADP, a criação de empregos no setor terciário, que domina amplamente a economia americana, não conseguiu compensar as perdas de postos no setor secundário.
Segundo o economista da corretora japonesa Nomura Securities, Zach Pandl, a pesquisa da ADP "permite pensar que os dados oficiais do emprego poderão ser mais negativos que o previsto na construção e na indústria". Pandl teme também que as cifras dos meses anteriores sejam revisadas para baixo.