Economia

Riscos de aumento da inflação diminuíram, avalia Copom

postado em 09/09/2010 10:43
Brasília - Os riscos de aumento da inflação no Brasil diminuíram, na avaliação do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Segundo a ata da última reunião do comitê, que decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 10,75% ao ano, no dia 1; de setembro, o menor risco deve-se, em parte, à reversão de estímulos à economia introduzidos pelo governo durante a crise financeira internacional em 2008 e 2009 e os aumentos da taxa básica feitos de abril a julho deste ano.

;Também contribuiu para isso o fato de que, nesse mesmo período, elevou-se a probabilidade de desaceleração, e até mesmo de reversão, do já lento processo de recuperação em que se encontram as economias do G3 [Estados Unidos, Europa e Japão]. Por conseguinte, a influência do cenário internacional sobre o comportamento da inflação doméstica revela viés desinflacionário;, afirmou o Copom na ata da última reunião, divulgada nesta quinta-feira (9/9).

O Copom destaca ainda que ;a intensidade e a frequência dos choques a que têm sido submetidas tanto a economia global quanto a brasileira nos últimos anos impõem desafios adicionais à análise do cenário prospectivo". ;O comitê reconhece um ambiente econômico em que prevalece nível de incerteza acima do usual, no qual os riscos restantes para a consolidação de um cenário inflacionário benigno se circunscrevem ao âmbito interno.;

No ambiente interno, o Copom considera que ;há sinais de que a economia tem se deslocado para uma trajetória mais condizente com o equilíbrio de longo prazo e, assim, os efeitos das pressões de demanda [procura por bens e serviços maior do que a capacidade de oferta do setor produtivo] e do elevado nível de utilização dos fatores sobre o balanço de riscos para inflação tendem a arrefecer;.

[SAIBAMAIS]O comitê destaca que a economia está em ;compasso menos intenso do que o observado no início deste ano, como revelam, entre outros, dados sobre comércio, estoques e produção industrial;. A ata destaca que essa avaliação é sustentada pelos sinais de expansão mais moderada da oferta de crédito para pessoas físicas e jurídicas (empresas), ;pelo fato de a confiança de consumidores e de empresários se encontrar em níveis historicamente elevados, mas com alguma acomodação na margem, e pela trajetória recente dos níveis de estoques em alguns setores industriais;.

O Copom também avalia ;que o dinamismo da atividade doméstica continuará a ser favorecido, entre outros fatores, pelo vigor do mercado de trabalho, pelos efeitos remanescentes dos estímulos fiscais e das políticas dos bancos oficiais e, em escala menor do que a esperada anteriormente, pela atividade global;.

O Copom alerta, entretanto, que caso a inflação não siga em trajetória condizente com a meta, irá elevar a taxa básica. ;O comitê assegura que, caso esse cenário não se concretize tempestivamente, a postura de política monetária deve ser ajustada de modo a garantir a convergência entre o ritmo de expansão da demanda e o da oferta.;

Cabe ao BC perseguir a meta de inflação de 4,5%, com margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Essa meta vale para 2010 e para o próximo ano. O BC usa a Selic como instrumento de controle da inflação.

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