postado em 10/09/2010 07:50
O boom habitacional brasileiro levou a Caixa Econômica Federal a uma decisão agressiva. De olho na capacidade de financiamento do brasileiro, a instituição anunciou ontem que deverá destinar mais recursos para sua carteira imobiliária, elevando a previsão de R$ 60 bilhões para R$ 70 bilhões em 2010. Caso confirme a liberação de todo esse dinheiro para moradias até dezembro, ela terá elevado, até lá, em quase 50% os R$ 47,05 bilhões despejados na economia durante todo o ano de 2009. Hoje, cerca de 52% dos recursos disponíveis no mercado para a casa própria têm origem no banco público.
A política habitacional estimulada pelo governo e a boa conjuntura vivida pelo país resultaram na combinação necessária à ampliação do crédito, segundo a presidente da instituição, Maria Fernanda Ramos Coelho. ;São os fundamentos macroeconômicos em relação ao trabalho e à renda das famílias que possibilitam a gente ter essa perspectiva, não só para 2010, mas também o prosseguimento disso nos próximos anos;, disse. Neste ano, a Caixa fechou 778.717 contratos para financiamentos de imóveis, sendo quase a metade (355.358) relativos ao programa Minha Casa, Minha Vida.Os financiamentos imobiliários são o principal segmento de atividade creditícia da Caixa, que financia a compra de 3 em cada 4 imóveis no país. Somadas, todas as linhas oferecidas pela instituição deverão atingir a cifra de R$ 175 bilhões liberados em 2010.
Demora
O programa habitacional subsidiado pelo governo, criado para ajudar a impulsionar a candidatura da petista Dilma Rousseff à Presidência da República, atingiu até agora 63% da meta de 1 milhão de moradias ; são 630.886 contratos assinados no país. Desses, 292.229 são referentes a habitações para famílias com renda de até três salários mínimos, faixa que teve o menor número de unidades entregues até o momento, com 3.588 moradias concluídas. No balanço total do programa, 160.883 unidades foram entregues aos donos.
A demora, na justificativa do vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, deve-se ao tempo de conclusão dos novos projetos. Segundo explicou, uma construção nova demanda entre 12 e 24 meses para ser terminada, por isso ainda não houve tempo suficiente para finalizar as novas unidades. Até o fim do ano, a expectativa é de que sejam entregues mais 101.494 moradias do programa, 78.086 delas para famílias com rendimento de até três salários mínimos.
Já o total de unidades habitacionais financiadas fora do Minha Casa, Minha Vida evoluiu em ritmo menor. Até 6 de setembro, foram 423.359 residências. Em todo o ano passado, a Caixa havia financiado 621.380 unidades.