Economia

Acordo sobre marco regulatório eleva ações de bancos europeus

Agência France-Presse
postado em 13/09/2010 15:58
Londres - As ações dos bancos europeus fecharam em forte alta nesta segunda-feira (13/9), após o acordo "Basileia III" sobre um novo marco regulatório adotado no domingo que eleva os recursos dos estabelecimentos bancários para tentar evitar que se repita uma crise financeira como a de 2008.

Puxadas pelos títulos bancários, as bolsas europeias fecharam em alta: Londres subiu 1,16%; Paris, 1,11%; Frankfurt, 0,75%, e Madri, 0,71%.

As altas registradas no setor bancário foram muito mais importantes e abrangeram os principais países europeus: os franceses Crédit Agricole ( 5,75%) e BNP Paribas ( 2,08%), os britânicos HSBC ( 2,48%) e Royal Bank of Scotland ( 2,35%), os alemães Commerzbank ( 2,37%) e Deutsche Bank ( 1,70%), e os espanhóis Bankinter ( 2,32%), BBVA ( 1,69%) e Santander ( 0,56%).

Os investidores pareciam tranquilos quanto às modalidades do acordo denominado "Basileia III", que deve ser aprovado durante o G20 de Seul (Coreia do Sul), em novembro.

O Comitê da Basileia, que reúne os governadores (presidentes) dos principais bancos centrais e reguladores do mundo, adotou no domingo uma série de novas regras para o setor bancário, centradas sobretudo em fundos próprios destes estabelecimentos.

Essas são as principais medidas que serão apresentadas em novembro, na próxima cúpula do G20, em Seul: Recursos próprios que os bancos devem ter - os bancos deverão ter em reserva recursos próprios, derivados de um aumento de capital e de lucros, da ordem de 7% do montante dos empréstimos outorgados a seus clientes. Até o momento, este percentual era de 2%.

Esse aumento do montante dos recursos próprios deve permitir aos bancos resistir a crises e absorver possíveis perdas sem colocar em risco todo o sistema financeiro.

Esses 7% são formados por camadas diferentes: quando um banco tiver que recorrer ao primeiro destes "colchões" de segurança, não estará mais isento de atribuir à conveniência importantes bônus aos diretores ou dividendos confortáveis a seus acionistas.

A transição de 2% para 7% não será feita da noite para o dia, mas progressivamente, entre 2013 e 2018, com o objetivo de dar aos bancos tempo de encontrarem novos recursos próprios junto aos acionistas ou investidores.

Dessa forma, acaba de ser lançada entre os bancos uma verdadeira corrida pelos bilhões necessários para reforçar os fundos próprios via aumento de capital.

Por outro lado, os países devem adotar legislações nacionais para aplicar estas medidas, algo que também levará tempo.

A liquidez dos bancos: no pior momento da crise, que começou há dois anos com a quebra do Lehman Brothers, os bancos tiveram muitos problemas para obter o dinheiro líquido necessário para sua atividade corrente. Por isso, os governos tiveram que entrar em cena e emprestaram dinheiro maciçamente a estes estabelecimentos.

Para evitar que a situação se repita, os bancos terão que mostrar dois montantes mínimos de liquidez, cuja cifra ainda está em discussão, o que deveriam permitir-lhes atravessar grandes dificuldades de sobrevivência durante algum tempo, sem recorrer ao mercado.

O calendário da reforma: a próxima etapa será a apresentação destas medidas ao G20, que reúne países ricos e emergentes, nos dias 11 e 12 de novembro, em Seul.

A seguir, a reforma começará a ser aplicada progressivamente entre 2013 e 2018.

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