Economia

China reduz setores onde a participação do capital estrangeiro é restrita

postado em 14/09/2010 09:51
O governo chinês vai derrubar algumas barreiras para o investimento estrangeiro no país. A equipe econômica está revisando a lista de setores onde a presença de capital externo é restrita ou proibida e deve anunciar, em breve, uma redução no número desses segmentos. Ou seja, em alguns ramos, a participação passará a ser, mais do que permitida, encorajada. A China já é, hoje, o principal destino do dinheiro aplicado na produção.

A notícia foi anunciada pelo diretor-geral do Departamento de Investimento Estrangeiro do Ministério do Comércio chinês, Liu Yajun. Ele está entre as autoridades que tranquilizaram os investidores nas últimas semanas, em meio a reclamações crescentes de políticos e executivos de outros países. A queixa é de que o governo não estaria abrindo o mercado do país como prometido no momento da adesão à Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001.

Ambiente
O primeiro-ministro Wen Jiabao confirmou a intenção de melhorar o ambiente para atrair os investidores, aperfeiçoando as regras em algumas áreas consideradas confusas. ;O crescimento dos investimentos de empresas estrangeiras na China já demonstrou que a confiança delas no mercado chinês não diminuiu;, disse ontem em discurso no Fórum Econômico Mundial de verão em Tianjin, no norte da China.

Segundo Wen, o país é um ;motor importante; para a recuperação econômica global. ;O crescimento econômico da China tem permitido um notável desenvolvimento das oportunidades para as multinacionais e criado uma enorme demanda para as grandes economias e as dos países vizinhos;, disse. O primeiro-ministro qualificou o multibilionário pacote de incentivo à recuperação adotado pelo governo de ;oportuno, frutífero, efetivo e adequado para as realidades da China;.

Analistas avaliaram que as afirmações mostram crença na política macroeconômica, que não deve sofrer mudanças bruscas. O governo quer manter a estabilidade dos preços, equilibrando as estimativas de inflação com a necessidade de estimular o crescimento econômico em taxas altas. As autoridades devem tomar medidas fiscais para conter os valores dos imóveis.

DESEMBOLSO PARA A GRÉCIA
; A Grécia recebeu ontem parte da segunda parcela do pacote de ajuda financeira da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) no valor de 6,5 bilhões de euros. Com isso, o país já tomou emprestados 26,5 bilhões de euros ; o programa completo é de 110 bilhões de euros, equivalentes a US$ 139,9 bilhões. O restante do segundo desembolso, de 2,5 bilhões de euros, será repassado hoje, segundo o Ministério de Finanças. O governo grego conseguiu o acordo em maio, após se comprometer com reformas econômicas estruturais e com a redução do deficit fiscal de 13,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009 para 8,1% neste ano. O primeiro-ministro George Papandreou adotou medidas impopulares para tentar reverter a situação econômica do país, mas vem enfrentando pesados protestos. No sábado, cerca de 20 mil manifestantes tomaram as ruas de Tessalônica, a segunda maior cidade do país. Uma pessoa foi presa após jogar um sapato na direção de Papandreou.

O crescimento dos investimentos de empresas estrangeiras na China já demonstrou que a confiança delas no mercado chinês não diminuiu;
Wen Jiabao, primeiro-ministro chinês

Rombo de US$ 90,5 bi

Os Estados Unidos registraram deficit orçamentário de US$ 90,53 bilhões em agosto, informou ontem o Departamento do Tesouro. O saldo negativo nas contas públicas ficou ligeiramente abaixo dos US$ 95 bilhões esperados pelos economistas consultados pela agência Reuters. Também foi inferior ao rombo de US$ 103,56 bilhões contabilizado no mesmo mês de 2009.

Em agosto, as despesas ficaram em US$ 254,52 bilhões, enquanto as receitas totalizaram US$ 164 bilhões. O buraco acumulado no ano fiscal de 2010, que termina no fim deste mês, está em US$ 1,26 trilhão, menor que os US$ 1,37 trilhão dos 11 primeiros meses em 2009. O governo norte-americano tem deficits seguidos há 23 meses, numa sequência de desempenho negativo recorde. O escritório de Orçamento do Congresso previu que o deficit alcançará 1,34 trilhão no ano.

Analistas políticos acreditam que a preocupação dos norte-americanos com a economia, o que inclui o péssimo desempenho das contas públicas, afete o Partido Democrata do presidente Barack Obama nas eleições legislativas de novembro. O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, afirmou que a economia do país não está se recuperando numa velocidade rápida o suficiente e que o governo precisa fazer mais para incentivar o crescimento e criar emprego.

Em discurso em um instituto hispânico, Geithner pediu apoio ao pacote de crédito ao pequeno negócio que o Senado deve votar nesta semana. Ele pediu que o Congresso aja rapidamente para estender as deduções de impostos à classe média e aprovar a proposta do presidente de financiamento federal para projetos de infraestrutura.

Na semana passada, Obama lançou um pacote de obras no valor de US$ 50 bilhões (R$ 85,75 bilhões) para construção e reforma de estradas, aeroportos e ferrovias nos próximos seis anos. O anúncio, feito no Dia do Trabalho no país, teve o objetivo de reduzir o desemprego, hoje girando em torno de 9,5%, e fortalecer uma ainda tímida recuperação da economia. ;Vou continuar lutando, a cada dia, a cada hora, a cada minuto, por uma virada econômica;, disse o presidente na ocasião para uma plateia de sindicalistas em Milwaukee (Wisconsin), região fortemente afetada pela recessão.

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