Agência France-Presse
postado em 16/09/2010 20:36
Jerusalém - A economia palestina continuará dependendo da ajuda externa e será incapaz de sustentar um Estado, apesar de um forte crescimento, enquanto não forem retiradas as diversas restrições israelenses, afirmou nesta quinta-feira (16/9) o Banco Mundial em um informe.A taxa de crescimento combinado da Cisjordânia e da Faixa de Gaza deverá alcançar 8% em 2010, principalmente graças à ajuda financeira externa, segundo este informe divulgado como preparação para uma reunião do Comitê de Ligação Ad Hoc (AHLC) que coordena a ajuda dos países doadores da Palestina (AHLC), em 21 de setembro em Nova York.
"A menos que sejam tomadas medidas em um futuro próximo para superar as travas existentes ao desenvolvimento do setor privado e a um crescimento sustentável, a Autoridade Palestina seguirá dependendo dos doadores e de suas instituições. Seja qual for a sua robustez, não poderão sustentar um Estado viável", segundo o texto.
"Os obstáculos ao investimento privado na Cisjordânia são múltiplos", ressalta o Banco Mundial, que enumera as restrições impostas por Israel.
O documento cita um "acesso fortemente limitado a grande parte da terra e da água do território", a falta de acesso ao "lucrativo mercado de Jerusalém Oriental", a "imprevisibilidade da entrada de investidores na Cisjordânia e em Israel", assim como a classificação por parte de Israel das matérias primas como suscetíveis de terem uso militar, o que complica a importação.
Em relação à Faixa de Gaza, "é cedo demais para avaliar se o recente relaxamento parcial do bloqueio a Gaza revigorou a moribunda economia", mas "o impacto no setor privado será limitado enquanto a proibição de exportações continuar", segundo o informe.
Por outro lado, apesar de uma arrecadação maior de impostos no primeiro semestre, 15% superior às previsões, e da alta de 50% em relação ao mesmo período de 2009, a Autoridade Palestina deverá ter um déficit orçamentário que causará uma perda de US$ 300 a US$ 400 milhões à Autoridade Palestina até o fim do ano, indica o Banco Mundial.