Economia

Candidatos a uma vaga de professor no GDF reclamam de descaso durante prova

Seleção para professor organizada pela Fundação Universa ignora distância entre locais de teste e moradias de candidatos. Desinformação ainda separa mães de bebês em amamentação

postado em 20/09/2010 09:14
Moradora de Ceilândia Sul, a indignada Regina cobra a realização dos exames em endereços acessíveisMais de 35 mil candidatos prestaram ontem concurso para professor do Governo do Distrito Federal (GDF). Minutos antes do fechamento do único portão do Centro Universitário de Brasília (UniCeub) para acesso às provas, pais aglomeravam-se no lugar com bebês de colo, em busca de informações sobre como proceder em relação à amamentação dos filhos, enquanto suas mulheres se dirigiam aos locais do exame. A localização foi outro problema. Moradores de Ceilândia e Formosa, que não conseguiram chegar a tempo, reclamaram da distância até a universidade em relação às suas residências.

;A organização do concurso sabe que não há quase ônibus aos domingos em Brasília. Por que eles não dão uma tolerância de alguns minutos ou colocam locais de prova mais próximos das casas das pessoas?;, questionou, indignada, a candidata Regina Miranda, 32 anos. Moradora de Ceilândia Sul, ela disse que saiu de casa ao meio-dia, mas não conseguiu chegar a tempo, porque o ônibus só passou uma hora depois. A mesma decepção sofreu Anita Ribeiro Silva, 49. ;Eu e meu irmão, viemos de carro, de Formosa. Pegamos engarrafamento e foi muito difícil encontrar uma vaga para estacionar;, lamentou.

Moradora de Planaltina, Érica Bonfim de Souza, 23 anos, teve mais sorte. Conseguiu chegar cinco minutos antes do horário limite. ;Mas tive de correr muito. Saí às 11h30 de casa, porque não há parada de ônibus perto e depois fiquei quase 45 minutos esperando. Quando cheguei ao UniCeub, não conseguia encontrar a entrada. Não havia sinalização indicando o local do portão principal;, relatou.

Abstenção
Alessandro e a filha Isabely: sem orientação sobre o que fazerCom a filha Isabely, de 8 meses, nos braços, Alessandro Fadini Mendes, 34 anos, disse que ele e a mulher, Floraci Mariano de Carvalho, 31, não conseguiram assegurar a alimentação da menina durante a prova. ;Na ficha de inscrição havia apenas a possibilidade de marcar se a pessoa é portadora de necessidade especial ou se necessita de acompanhamento. Marcamos essa última opção, mas não tivemos depois nenhuma informação sobre o que deveríamos fazer;, reclamou. Na dúvida, o casal introduziu alimentação suplementar para a criança três dias antes. Ainda assim, tinha esperanças de que, explicando a situação, pudesse superar a dificuldade.

A Fundação Universa, organizadora do concurso, informou que o índice de abstenção foi de 8,38% do total, abaixo da média nas provas realizadas em Brasília. O critério de distribuição dos candidatos foi o cargo concorrido. O local de residência só é levado em conta, acrescentou a instituição, em seleções acima de 50 mil inscritos. Os aprovados para jornada de 20 horas semanais receberão salário de R$ 1.381,67 e, para 40 horas, R$ 3.720,24. Há, no total, 4.812 vagas, sendo 400 para contratação imediata.

A subsecretária de Educação do GDF, Jacqueline Domingues, disse que a intenção do governo é que todas as vagas sejam preenchidas ao longo dos próximos dois ou três anos. Os primeiros colocados serão chamados entre meados de janeiro e início de fevereiro de 2011. ;Primeiro, vamos terminar de convocar, em 2010, os candidatos já aprovados no último concurso;, informou Jacqueline.

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