postado em 22/09/2010 19:50
Rio de Janeiro - Embora os gastos de brasileiros em viagens ao exterior continuem apresentando crescimento, o turismo receptivo nacional, com estrangeiros chegando ao país, deve ter um aquecimento na próxima temporada, que começa em outubro e vai até maio do ano que vem. A expectativa, segundo a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Abremar), é que o estado do Rio de Janeiro, que deve liderar o ranking de visitas turísticas ao país, receba 1,210 milhão de visitantes vindos a partir de cruzeiros marítimos.O vice-presidente executivo da Abremar, André Pousada, disse à Agência Brasil que o cruzeiro marítimo impacta a cadeia do turismo como um todo, na medida em que abrange as empresas que trabalham com turismo receptivo nas localidades portuárias e também reflete na contratação de serviços para a manutenção da operação dos navios, além do fornecimento de alimentos perecíveis.
De acordo com dados da entidade, a média de gasto, por turista de cruzeiro marítimo, quando desembarca em uma cidade, é de R$ 200 por pessoa. ;Considerando uma família de quatro pessoas passando o dia em uma determinada localidade, você vai ter um gasto de R$ 800. E isso é multiplicado, naturalmente, pelo número de visitas aos portos que ela faz;. Partindo desse cálculo, Pousa estima que a próxima temporada de cruzeiros marítimos renderá ao Rio ;algo bem superior a R$ 200 milhões, diretos, impactados nas economias locais;.
O primeiro navio dos 20 que integram a temporada chega à capital fluminense no próximo dia 7. Na temporada de 2009, foram 18 navios. A cidade do Rio receberá o maior número de visitas: 507 mil, seguida de Búzios, com 401 mil. Os demais destinos turísticos dos cruzeiros marítimos no estado são Angra dos Reis, Ilha de Jaguanum, Ilha Grande e Cabo Frio.
De acordo com o vice-presidente da Abremar, o setor experimentou um crescimento significativo nos últimos 10 anos. A temporada 2009/2010 mostrou crescimento da oferta de 38% em relação à anterior. Já em relação à temporada 2010/2011, o crescimento da oferta cai para 22%, embora haja aumento do número de navios. Ele avaliou que, para que haja o desenvolvimento do turismo como um todo no Brasil, são necessários investimentos públicos e privados em infraestrutura.
;Nós estamos chegando em um momento que vai atingindo os limites dessa infraestrutura, quando a gente fala nos portos, no que tange à possibilidade de mais crescimento para o futuro;, avaliou. Pousada destacou que essa limitação impede o crescimento, porque ;eu não tenho como trazer mais navios se não tiver um aumento na infraestrutura dos portos;. Dentre as melhorias necessárias, ele cita as obras de dragagem para que os portos brasileiros recebam embarcações de maior porte e investimentos nos terminais de passageiros, visando a oferecer mais segurança aos turistas.
Ontem (21), o Banco Central divulgou os gastos de brasileiros no exterior, que atingiram o montante de US$ 9,888 bilhões de janeiro a agosto, contra US$ 6,414 bilhões em igual período de 2009.