postado em 28/09/2010 21:11
Brasília ; Os países em desenvolvimento ; com China, Índia, Brasil e Rússia à frente ; e os países emergentes, puxados pelo sudeste asiático, vivem no momento uma ;trajetória favorável de crescimento;, ao contrário dos Estados Unidos e dos países europeus, que estiveram no centro da crise financeira mundial e ;não conseguem sair do buraco;.A análise é do economista José Ronoel Piccin, presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), que acompanha a expectativa do Banco Mundial (Bird) de que os países em desenvolvimento serão os propulsores do crescimento global no curto prazo.
De acordo com projeção do Bird, divulgada nessa segunda-feira (27/9), em Washington, quase a metade do crescimento mundial provém dos países em desenvolvimento e dos países emergentes. Como a perspectiva de crescimento das economias dos países em desenvolvimento é quase o triplo da expansão prevista para os países desenvolvidos, a expectativa é de que a soma das economias em crescimento ultrapasse a dos países de alta renda até 2015.
A previsão do Bird é de que o Produto Interno Bruto (PIB) dos países em desenvolvimento deve aumentar 6,1% neste ano, 5,9% em 2011 e 6,1% em 2012. Crescimentos maiores do que os das economias desenvolvidas, que devem ficar ao redor de 2,3% neste ano, 2,4% em 2011 e 2,6% em 2012.
A esse respeito, o dirigente da Anefac afirmou que os países em crescimento ;estão sendo obsequiados; pelas circunstâncias macroeconômicas, porque corrigiram a tempo as falhas detectadas, principalmente na década de 1990, nas crises dos Tigres Asiáticos (1997) e na da Rússia (1998), que tiveram fortes reflexos na economia brasileira, a ponto de o governo ser obrigado a adotar o regime de câmbio flutuante e de metas de inflação, em janeiro de 1999.
No caso particular do Brasil, ele acredita que ;os acertos começaram com o controle da inflação;, em 1994, depois do lançamento do Plano Real; ganhou força com o Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional) em 1996, muito criticado à época, e que vigorou até a promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em 2001.
;Graças a esses controles, estamos colhendo os frutos agora, com crescimento sustentável, enquanto os outros (países desenvolvidos) só sairão do sufoco lá para 2015;, acrescentou Ronoel Piccin. Segundo ele, outro fator que tem ajudado o crescimento brasileiro tem sido o forte aumento do crédito, que já corresponde a mais de 46% do PIB, mas ainda bem abaixo de padrões internacionais, acima de 60%.