Agência France-Presse
postado em 29/09/2010 15:49
Washington - O Fundo Monetário Internacional (FMI) criticou nesta quarta-feira (29/9) o uso - segundo o organismo, abusivo - das notas dadas para os papéis de dívida dos Estados, estimando que as agências de classificação de risco beneficiam-se de um poder desmedido sobre os investidores."As autoridades deveriam trabalhar para a supressão das normas e regulamentações que condicionam às notas as decisões de venda ou de compra", informou o comunicado do FMI, no estudo "Uso e mau uso das notas da dívida dos Estados".
O problema veio à tona na primavera do Hemisfério Norte, com a crise orçamentária que a Grécia atravessa.
A partir das notas dadas a um emissor de dívida ("Ba1" e "Ba1-" para a agência Moody;s, "BB " e "BB-" para Standard and Poor;s), certos investidores têm por regra não comprar títulos de categoria "especulativa", o que automaticamente faz o valor cair.
Além disso, alguns produtos de investimento não permitem ter papéis "especulativos".
Em 14 de junho, a Moody;s rebaixou abruptamente quatro níveis da nota da Grécia, para relegá-la a essa categoria especulativa. Na Europa, considerou-se que a decisão chegava em mau momento, quando o país se beneficiava de um plano de resgate de 110 bilhões de euros do FMI e da União Europeia.
O FMI citou o "efeito guilhotina": quando, da noite para o dia, sem que a situação das contas públicas tivesse mudado, um Estado pode se ver em dificuldades para se financiar.