Economia

Greve dos bancários causa transtornos à população no Rio de Janeiro

postado em 04/10/2010 16:03
Rio de Janeiro - A greve nacional dos bancários, iniciada na última quarta-feira passada e que atinge a quase totalidade das agências do centro do Rio de Janeiro, tem gerado transtornos para a população que reclama das grandes filas nos caixas eletrônicos dos bancos e nas casas lotéricas da cidade.

O assistente administrativo, Marcos Paulo Raul, reclamou da demora para conseguir pagar contas e fazer operações bancárias. Ele era um dos muitos cariocas que nesta segunda-feira (4/10) pela manhã estava em uma grande fila do caixa eletrônico, do lado de fora de uma agência localizada na Avenida Presidente Vargas, no Centro.

;Quem não consegue pagar via internet, só no caixa rápido. E pelas grandes filas que têm aqui, está complicado. Estou levando pelo menos o dobro do tempo que eu levaria normalmente aqui no banco. As pessoas têm mais coisas pra resolver, mais contas para pagar e assim há uma demora maior;, disse.

Já o técnico em computação, Aílton de Azevedo, também reclamou das filas. ;Eu não venho muito ao banco, mas consegui perceber que a fila está bem maior. Está vindo até a calçada;, disse Azevedo.

Em bairros das zonas norte, sul e oeste da cidade, a maioria das agências de bancos privados funciona normalmente, mas agências da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil estão fechadas. A paralisação de bancos públicos no início do mês é motivo de preocupação para a médica Kátia Maria Azevedo. Ela reclama que deixou de fazer pagamentos que só podem ser feitos nas agências do Banco do Brasil. "Há guias que os bancos particulares não aceitam e isso gera multa", afirmou.

O presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Almir Aguiar, afirma que, diferentemente de outros anos, tem ouvido palavras de apoio da população.

;Claro, tem algumas pessoas que ficam insatisfeitas, mas os caixas eletrônicos estão funcionando e realizando as operações. Mas, por outro lado, estamos reivindicando também pontos que ajudam a sociedade, como a ampliação do horário de atendimento bancário, com dois turnos de trabalho, mais contratações e redução dos juros. São pontos importantes, tanto para os trabalhadores, quanto para a sociedade.;, afirmou Aguiar.

De acordo com o Sindicato dos Bancários, hoje 639 agências estão com as portas fechadas e cerca de 17,5 mil bancários estão em greve na cidade. A categoria reivindica aumento salarial de 11%, mas a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) é de reajuste baseado no índice de inflação de 4,29% para salários e para os auxílios alimentação e refeição.

Hoje, às 17h, será realizada mais uma assembleia geral, na galeria dos empregados no comércio, para avaliar o movimento e organizar os próximos passos.

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