Economia

Premier chinês pede à UE que deixe de pressionar sobre iuane

Agência France-Presse
postado em 06/10/2010 15:46
Bruxelas - O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, solicitou à União Europeia (UE) que deixe de pressionar para que o gigante asiático aprecie o iuane, que os ocidentais estimam que esteja abaixo do valor real, durante um fórum econômico em Bruxelas.

"Digo aos líderes europeus: não se unam ao coro para pressionar (a China) para que aprecie o iuane", declarou Wen nesse fórum, antes de manter uma breve cúpula com os dirigentes da UE, segundo informou a agência Dow Jones Newswires.

Wen explicou que a força do euro - que nesta quarta-feira (6/10) colocou-se no nível máximo frente ao dólar em oito meses, um fenômeno que encarece e, portanto, penaliza as exportações da Europa - não tem nada a ver com o valor do iuane, e sim com as preocupações com a moeda americana.

O premier chinês defendeu que uma forte apreciação do iuane "levaria muitas empresas chinesas à falência, deixando muitas pessoas desempregadas e criando desordens sociais". "Não seria positivo para o mundo em seu conjunto que a economia chinesa sofresse", por isso, "devemos manter uma relativa estabilidade" do iuane, completou.

A UE, que na segunda e na terça-feira realizou uma cúpula com cerca de 20 países asiáticos e nesta quarta-feira manteve uma reunião ao máximo nível com a China, acentuou a pressão para que Pequim aprecie o iuane, somando-se assim às reclamações cada vez mais insistentes dos Estados Unidos.

Os ocidentais estimam que o gigante asiático mantém uma política monetária desleal para favorecer as exportações e o crescimento galopante.

O chefe dos ministros das Finanças da zona do euro, Jean-Claude Juncker, pediu abertamente na terça-feira uma apreciação "significativa" do iuane, que iria em "benefício da China e da economia mundial".

A divisão de opiniões entre europeus e chineses ficou evidente durante esta semana em Bruxelas, e a anulação de uma coletiva de imprensa prevista para o fim da cúpula bilateral desta quarta-feira reforçou essa imagem.

Nesse contexto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) também pediu nesta quarta-feira que a China valorize a moeda, afirmando que uma decisão dessa natureza poderia dar benefícios econômicos ao país, como uma menor dependência das exportações e uma maior demanda interna.

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