Economia

Problemas climáticos no Brasil e no exterior influenciam alta da inflação

postado em 07/10/2010 16:34
Rio de Janeiro - Problemas climáticos no Brasil e no mundo que afetaram a oferta de produtos alimentícios são a principal explicação para a alta de 0,45% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro. A avaliação é da coordenadora de índices de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos.

Segundo ela, no mercado internacional, os preços do trigo subiram com a estiagem que prejudicou a safra na Rússia. Nacionalmente, ela aponta a entressafra da carne, que exerceu a principal contribuição individual (0,11 ponto porcentual) para o IPCA no mês e também causou elevação nos preços. Em setembro, os alimentos subiram 1,08% e foram responsáveis por uma contribuição de 0,24 ponto percentual, mais da metade do IPCA do mês.

;A inflação foi pressionada pelos preços no mercado internacional, em particular a questão do trigo na Rússia, que é um grande produtor, e por problemas climáticos. A safra foi bastante prejudicada, aumentando os preços. Como o Brasil é importador, aqui subiu pão, macarrão, farinha de trigo. Além disso, tem a questão da entressafra da carne. Com a estiagem no Brasil, há seca nos pastos e o consequente aumento dos preços", destacou.

Eulina ressaltou, no entanto, que a elevação do IPCA ocorreu em função de aumentos pontuais e não de uma alta generalizada de produtos no período.

;A alta foi pontual. Embora só um grupo, entre os não alimentícios, não tenha subido, é possível identificar produtos dentro de cada um deles que tenham exercido pressão. Foi uma coisa ou outra que elevou cada um deles;, acrescentou.

O único grupo de produtos e serviços, entre os nove, a não sofrer aumento foi educação, que passou de 0,44% para 0,08%.

Entre aqueles cujo índice subiu estão habitação (de 0,23% para 0,40%), puxado pelos preços de aluguel residencial e de tarifas de água e esgoto; transportes (de -0,09% para 0,13%), com a influência das passagens aéreas; despesas pessoais (de 0,20% para 0,34%), com destaque para o item empregado doméstico; e os artigos de residência (de -0,31% para 0,46%), puxados pelos itens mobiliário eletrodomésticos.

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