Economia

Lojistas sugerem crescimento econômico com controle criterioso da inflação

postado em 07/10/2010 16:45
Brasília ; O presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior, discorda da tese apresentada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), no relatório World Economic Outllook, de que a economia brasileira deve "pisar no freio", pois haveria perigo de superaquecimento.

Divulgado nessa quarta-feira, o relatório apresenta perspectivas para a economia mundial e faz avaliações sobre a situação do Brasil e da América Latina, destacando que a recuperação econômica, liderada pelo Brasil, está ocorrendo em velocidade maior que a esperada.

Em entrevista concedida nesta quinta-feira (7/10), Pelizzaro Júnior disse que, em relação ao Brasil, "todo mundo se esquece de que a base de comparação atual sobre o crescimento da economia é o ano de 2008, quando o marco foi zero, em consequência da crise mundial. Por isso, o crescimento, até os dias atuais, pode ser considerado fraco". O país está apenas começando na retomada do crescimento, diz o economista. Por isso, na opinião do presidente da CNDL, "ao invés de desacelerar, (o Brasil) precisa mesmo é de acelerar, obviamente com o cuidado de não agravar a inflação".

Ele lembrou que o governo pode lançar mão de "impostos regulatórios", como é o caso do Imposto sobre Importação ou tomar medidas como a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre investimentos estrangeiros no país, que foi aumentado nesta semana de 2% para 4%, numa tentativa de estancar a desvalorização excessiva do dólar.

Pellizzaro aconselha que a redução do gasto público é oportuna em qualquer ocasião, tendo em vista que essa conta está elevada, e que o governo não adote meramente uma receita para evitar superaquecimento da economia. Ele alertou ainda para a importância de se pensar na sustentabilidade da economia depois dos investimentos em infraestrutura que serão feitos em função da Copa do Mundo de 2014.

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