Economia

Henrique Meirelles diz que pacto contra "guerra cambial" é pouco provável

Agência France-Presse
postado em 08/10/2010 15:42
WASHINGTON - O presidente do Banco Central brasileiro, Henrique Meirelles, afirmou nesta sexta-feira (8/10) que é desejável, embora pouco provável, o fechamento de um acordo entre países desenvolvidos e emergentes para enfrentar a chamada "guerra cambial". Meirelles participa de reuniões do FMI em Washington. O presidente do BC estimou que o assunto dos "desequilíbrios cambiais no mundo" certamente dominará as discussões, uma vez que este se tornou "um problema importante" que deve ser colocado sobre a mesa e solucionado. Ao mesmo tempo, lamentou que "um grande acordo que resolva todos os problemas não seja provável". A diferença entre o crescimento dos países desenvolvidos e emergentes provocou uma avalanche de investimentos financeiros nas nações em desenvolvimento, cujas moedas, em consequência, se valorizaram consideravelmente. Diante desta situação, o ministro das Finanças do Brasil, Guido Mantega, cunhou a expressão "guerra cambial", que engloba problemas como a supervalorização do real, a desvalorização artificial do iuane e o preço do dólar e do euro. Meirelles afirmou que o desequilíbrio atual é diferente de "crises cambiais do passado", que eram produto de "um câmbio controlado, moedas desequilibradas ou excesso de endividamento em dólar". Além disso, estimou que um eventual acordo precisaria necessariamente passar por uma garantia de que "cada economia fará sua parte, criando seu próprio mercado consumidor e deixando de depender apenas das exportações". Para Meirelles, o pacto teria de ser estabelecido entre os Estados, e não imposto por uma instituição. Ele garantiu que o Brasil "está cumprindo com sua parte muito bem", colocando em prática uma série de ações "para manter a economia equilibrada". "Não temos um objetivo específico quanto ao tipo de câmbio. O que estamos fazendo é proteger a economia brasileira dos desequilíbrios que possam surgir pela liquidez excessiva gerada por outras economias", finalizou.

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