Agência France-Presse
postado em 08/10/2010 17:32
Washington - O mercado de trabalho deteriorou-se sensivelmente em setembro nos Estados Unidos, segundo cifras oficiais publicadas nesta sexta-feira (8/10) em Washington, uma má notícia para os democratas, a menos de um mês das eleições legislativas.O país perdeu vagas pelo quarto mês consecutivo, e a um ritmo muito mais rápido que no mês anterior, indicou o relatório mensal do Departamento de Trabalho.
A perda de empregos em setembro acelerou surpreendentemente ao ficar em 95 mil postos, indicou o ministério, o que se traduz em um crescimento da perda de empregos de 67% em relação ao mês de agosto.
No entanto, os analistas estimavam que o país voltaria em setembro ao equilíbrio, sem criação nem perda de empregos.
As perdas de postos ocorreram sobretudo no setor público, onde foram suprimidos 159 mil empregos.
Assim como em agosto, o Estado interrompeu os contratos com um importante número de funcionários temporários para trabalhar no censo 2010. Isso afetou em torno de 77 mil pessoas em setembro, e não poderá alcançar mais de seis mil americanos nos próximos meses, indicou o ministério.
Mais preocupante no momento são os 76 mil postos suprimidos dos correios, nas administrações federais e agências governamentais locais: que enfrentam problemas orçamentários consideráveis.
O setor privado, ao qual se dirigem todos os olhares, continuou criando empregos, mas menos intensamente que nos meses anteriores.
O saldo da criação de empregos neste setor foi de 64 mil, ou seja, menos que os 74 mil esperados pelos analistas, e 31% menores que em agosto, onde já se tinha registrado uma queda em relação a julho.
Apesar da perda de postos de trabalho, a taxa de desemprego permaneceu estável em 9,6%, indicou o ministro, quando os analistas previam que subiria para 9,7%.
A Casa Branca admitiu nesta sexta-feira que a economia americana não produzia suficientes postos de trabalho para baixar rapidamente o índice de desemprego, depois da divulgação dos últimos índices de emprego antes das eleições de metado de mandato, em 2 de novembro.
As cifras, que refletem que o lento crescimento econômico repercute apenas no emprego, provavelmente marcam a agenda política da campanha antes das eleições para renovar o Congresso.
Austeen Goolsbee, secretário do conselho de assessores econômicos do presidente Barack Obama, argumentou, no entanto, que os dados revelavam que o trabalho no setor privado era contínuo, apesar da perda de empregos no conjunto da economia.
"Este crescimento nos dá maior evidência de que a economia continua recuperando-se, mas devemos fazer mais para encaminhá-la para um crescimento econômico robusto", disse.
"Simultaneamente, a taxa de criação de empregos não é tão ampla como se necessita para poder baixar rapidamente a taxa de desemprego", indicou Goolsbee em um blog da Casa Branca.