Economia

CVM rejeita proposta de Aracruz e Sadia por prejuízo de R$ 7,3 bilhões

postado em 12/10/2010 08:00
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) rejeitou as propostas de pagamento de multas apresentadas por executivos da Sadia e Aracruz Celulose, que tentavam se ver livres de processos administrativos por irregularidades em operações financeiras com derivativos cambiais em 2008. São ao todo 24 empresários ;14 da Aracruz e 10 da Sadia ; que causaram prejuízo de aproximadamente R$ 7,3 bilhões (R$ 4,6 bilhões R$ 2,6 bilhões, respectivamente) aos investidores por apostarem na estabilidade do dólar frente ao real. Pelo arquivamento, eles ofereceram cerca R$ 5,2 milhões ao órgão regulador do mercado financeiro. A proposta foi considerada absurda.

Os envolvidos alegaram que pretendiam proteger as empresas das instabilidades das cotações do câmbio e das taxas de juros e concordaram em pagar R$ 200 mil, cada um, com exceção de diretor financeiro, Isac Roffé Zagury, e do diretor-presidente da Aracruz, Carlos Augusto Lira Aguiar, que toparam desembolsar, separadamente, R$ 400 mil. As operações descobertas no auge da crise nos Estados Unidos foram responsáveis pela posterior venda da Sadia para a concorrente Perdigão e da Aracruz para o Grupo Votorantim.

Advogados
A CVM entendeu que houve também falhas na divulgação de informações pelas companhias. Em relação à Sadia, ;a falta de atuação dos comitês financeiro e de risco teria sido um dos fatores que criou condições para que ocorressem perdas com derivativos;. No caso da Aracruz, o órgão decidiu que, mesmo na hipótese de probabilidade de êxito nas operações em um cenário de baixa do dólar, o risco da inversão sempre existiu e era conhecido pelo executivos.

A recusa das propostas pela CVM foi decidida durante reunião realizada em 9 de setembro, mas só foi divulgada na última quinta-feira. O processo contra os executivos da Aracruz será julgado em 7 de dezembro e os da Sadia aguardam nova data. Os empresários comparecerão muito bem representados à audiência. Dos 10, quatro têm como advogados ex-diretores e ex-presidentes da CVM, como Luiz Leonardo Cantidiano, Marcelo Trindade e Maria Isabel do Prado Bocater.

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