Economia

Funcionários da União terão reembolso em planos de saúde

postado em 14/10/2010 08:18
A partir desta quinta-feira (14/10), os servidores da União têm direito a obter o reembolso do dinheiro gasto com mensalidades pagas pelo serviço de plano de saúde particular. A indenização é limitada a valores que variam de R$ 72 a R$ 129 por dependente e obedece à faixa de remuneração e idade do beneficiário. Quanto mais velho o usuário e menor o salário do servidor, maior a indenização permitida. A medida, prevista na Portaria Normativa n; 5, veio para atender a Lei n; 8.112, que regulamenta a assistência à saúde do funcionalismo. A portaria estabelece ainda que a cobertura dos planos contratados pelos servidores deve seguir as regras definidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Decisão da Secretaria de Recursos Humanos, do Ministério do Planejamento, privilegia oferta de alternativas aos convênios coletivosO diretor do Departamento de Saúde, Previdência e Benefícios do Servidor (Desap), Sérgio Carneiro, explicou que opção da Secretaria de Recursos Humanos tem sido a de oferecer alternativas de escolha aos convênios coletivos. ;Aos poucos, modalidades que antes não eram permitidas estão sendo incluídas e vamos expandir ainda mais;, disse. As medidas recentes incluem, por exemplo, a implantação de exames médicos periódicos, que todos os órgãos públicos são obrigados a oferecer aos servidores, além da abertura de unidades do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor (Siass) em todo o país, atendendo as áreas de perícia médica e de promoção e vigilância dos ambientes de trabalho.

O ressarcimento é uma antiga reivindicação da categoria, apesar de a contrapartida do governo ainda ser considerada insuficiente, afirmou o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Josemilton Costa. ;Foi um avanço importante, mas o teto, de R$ 129, é muito pouco para cobrir as despesas com saúde;, criticou. Ele ressaltou ainda que os principais beneficiados são os servidores que já tinham planos contratados antes de ingressar no funcionalismo e que agora não precisam passar pelo transtorno de mudar, para adequação ao contrato oferecido pelo órgão. ;Antes, era comum perderem a carência e tinham de trocar de médico a contragosto;, emendou o sindicalista.

Para ter direito ao reembolso, o servidor deve abrir mão da cobertura oferecida pelo convênio e contratar outro plano de sua escolha. Feito isso, basta comprovar a validade da nova cobertura para receber o dinheiro referente à mensalidade do plano, até o limite previsto. No caso de órgãos que já oferecem a prestação direta de assistência à saúde, como o Ministério da Defesa, cujos funcionários podem ser atendidos pelo Hospital das Forças Armadas, o ressarcimento é vedado.

Autogestão

A possibilidade de reembolso já valia para os órgãos que oferecem assistência de saúde na modalidade de convênios com operadoras de autogestão, sem fins lucrativos. A principal delas, com mais de 700 mil associados, é a Fundação Seguridade Social (Geap). Agora, passa a valer também para a modalidade de contratos particulares firmados após escolha das empresas por meio de licitação. Isso significa que o próprio servidor pode contratar diretamente, no mercado privado, a operadora que achar melhor e, posteriormente, obter o ressarcimento da despesa.

Uma das principais queixas dos servidores em relação à Geap refere-se ao tamanho da rede credenciada, que deixa a desejar, especialmente nas regiões do interior. Em julho, a empresa chegou a ser investigada por um golpe milionário que teria desviado R$ 3 milhões em repasses de patrocinadoras. O dinheiro irrigou contas no interior de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Além disso, a empresa foi submetida, no fim de 2009, a um rigoroso processo de auditoria interna. As atividades da fundação foram averiguadas sob a ótica de regras de controle apropriadas à gestão. Na ocasião, a ex-diretora Regina Parizi colocou o cargo à disposição por discordar da forma como foram feitos os estudos.

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