Agência France-Presse
postado em 21/10/2010 10:32
PEQUIM - A China anunciou nesta quinta-feira (21/10) que o ritmo de crescimento do país caiu a 9,6% em ritmo anual no terceiro trimestre e que registrou a maior inflação em dois anos. Segundo analistas, os indicadores demonstram a eficácia das medidas adotadas para evitar um superaquecimento da economia.
O crescimento, que foi de 11,9% no primeiro trimestre e 10,3% no segundo, caiu ainda mais no terceiro, mas se beneficiou na base de comparação maior, já que a economia chinesa teve um resultado expressivo no verão de 2009, depois de ter passado pelo choque da crise financeira.
O índice de preços ao consumidor, principal indicador do nível de inflação, registrou alta de 3,6%, e de 2,9% nos nove primeiros meses do ano. O governo terá de trabalhar para não superar a meta de 3% que estabeleceu para 2010.
As pressões inflacionistas levaram o Banco Central a elevar na terça-feira em 0,25% as duas principais taxas de juros do país, o que provocou nos mercados o temor de uma desaceleração da segunda maior economia mundial.
A alta dos preços tem como principais causas os alimentos e os aluguéis de imóveis, dois setores considerados vitais para a manutenção da estabilidade social.
A produção industrial registrou alta de 13,5% trimestral e de 13,3% em setembro, enquanto os investimentos em capital fixo nas zonas urbanas aumentou 24,5% nos primeiros nove meses do ano, contra 24,8% até agosto.
"O crescimento é um pouco mais forte que o esperado, o índice de preços ao consumidor corresponde às previsões dos analistas", afirmou Lu Ting, economista do Bank of America - Merrill Lynch em Hong Kong.
"As medidas adotadas este ano parecem ter permitido levarr a economia da China para um caminho intermediário entre a aceleração e um sério revés conjuntural", destacou Brian Jackson, economista do Royal Bank of Canada em Hong Kong.