BERLIM - A Organização Mundial do Comércio (OMC) não está totalmente preparada para lutar contra as restrições à exportação, que se multiplicaram no comércio internacional, sobretudo na área de matérias-primas. A afirmação é do diretor-geral Pascal Lamy.
"Durante os últimos 20 anos, a OMC se concentrou muito nas restrições à importação e não tanto nas restrições à exportação", comentou Lamy em Berlim. "As regras a respeito são muito superficiais", emendou Lamy, para quem os membros da OMC podem modificá-las para lutar de maneira mais eficaz contra as ressalvas à exportação.
No setor de matérias-primas, existe o dobro de restrições à exportação que em outros setores, destacou Lamy.
Atualmente, a China é alvo de críticas de sócios, que acusam Pequim de ter interrompido as exportações de metais raros do Japão e limitado fortemente em direção a outros países. O governo chinês nega as acusações.
"Concluir a rodada de negociações de Doha não resolverá todos os problemas, mas será um primeiro passo", afirmou Lamy.
A rodada de Doha, iniciada no Qatar em 2001, pretende obter a liberalização do comércio internacional e reduzir as taxas de importação de milhares de produtos. Todas as tentativas de concluir a rodada fracassaram desde então.