Economia

Apple estaria pronta para adquirir a Sony, dizem rumores

postado em 27/10/2010 08:00
Certa vez, ao ser indagado por jornalistas sobre quais as empresas seriam consideradas as mais criativas do setor de tecnologia, o presidente da Apple, Steve Jobs, não titubeou e frustrou a intenção dos repórteres de acirrar ainda mais a rivalidade histórica que existe entre a Maçã e companhias como Microsoft e Google. ;A Sony é a única que ainda inova neste mercado;, disse. A admiração do executivo pela marca japonesa, porém, pode ir além da inspiração usada para a confecção de seus produtos. De acordo com rumores que tomaram o mercado nos últimos dias, a empresa norte-americana estaria estudando a possibilidade de comprar a gigante nipônica numa transação que envolveria bilhões de dólares e causaria uma grande movimentação no setor.

Os boatos que tratam sobre a união das duas organizações não chegam a surpreender, já que de tempos em tempos ele surge com maior ou menor intensidade no segmento. No entanto, o burburinho ganhou força depois que a revista especializada no mercado financeiro Barron;s publicou uma reportagem dizendo que a Apple estaria com um documento pronto para fazer uma grande aquisição e o principal alvo seria justamente a Sony. Com isso, as ações da marca criadora do Playstation reagiram positivamente e chegaram a acumular uma alta de 3%, fechando o dia com crescimento de 0,7%.Nipônica é a única que ainda inova neste mercado, segundo Jobs

O que parecia uma jogada improvável se tornou uma possibilidade ainda mais tangível depois que Jobs apresentou os resultados financeiros da Apple referentes ao terceiro semestre deste ano, que apontaram um faturamento recorde de US$ 20,3 bilhões para o período e um aumento de 70% no lucro, atingindo US$ 4,3 bilhões entre os meses de julho e setembro. Questionado sobre o que a companhia pretendia fazer com os US$ 51 bilhões que possui atualmente em caixa, ele foi sucinto. ;Gostaríamos de nos manter preparados, pois acreditamos que existirão uma ou mais oportunidades estratégicas no futuro;, afirmou na ocasião, o que colocou ainda mais lenha na fogueira dos especuladores de plantão.

Sinergias
Embora essa união pudesse parecer totalmente improvável no passado, a verdade é que hoje em dia ela não se apresenta tão fora da realidade assim. Isso porque, no ano fiscal de 2008, a Sony, que tem um valor de mercado que gira em torno de US$ 42 bilhões, teve um prejuízo de US$ 1 bilhão e, por isso, ainda luta para reverter as baixas geradas após a crise econômica, que a fez demitir funcionários e cortar investimentos. Em suma, daria para a turma de Jobs comprar a marca nipônica e ainda preparar uma boa festa de boas-vindas.

Além do mais, a sinergia que existe entre as empresas poderia facilitar as conversações, uma vez que ambas as companhias se destacam na área de desenvolvimento de produtos voltados para o entretenimento. Basta lembrar que, se durante os anos 1980 a Sony conquistou uma enxurrada de fãs com seu Walkman, no início de 2000 a Apple abalou as estruturas da indústria fonográfica ao lançar o iPod e sua loja de vendas de música on-line, a iTunes Store.
Detentora da marca da maçã estaria com documento concluído
No entanto, analistas se mostraram cautelosos quanto à concretização do negócio. ;Se a Apple tentar comprar a Sony, será uma oferta hostil, e isso não vai acontecer no Japão;, disse um economista, que preferiu não ser identificado. ;Não acredito que a Sony gostaria de se unir à Apple, considerando que está trabalhando com o Google para concorrer com ela;, acrescentou. Caso a compra não se viabilize, a revista Barron;s ainda apontou outras potenciais empresas que a organização de Jobs estaria estudando adquirir, entre elas a Adobe, a Eletronic Arts e até a Disney.


O SALTO DA INTERNET MÓVEL
O Brasil deverá fechar este ano com 18 milhões de acessos à internet móvel. A estimativa, divulgada no Balanço Huawei de Banda Larga Móvel, representa um crescimento cinco vezes maior quando comparada às conexões feitas a partir de banda larga fixa. A projeção é que os acessos via cabo e redes ADSL somem 13,4 milhões no fim de 2010. De acordo com o levantamento, em junho a banda larga móvel já estava disponível para 65,2% da população em 13,3% dos municípios brasileiros. Até 2014, a consultoria Teleco, que preparou o estudo, estima que o número de conexões móveis ainda quase triplique, somando 60 milhões, sendo 45 milhões realizados a partir de celulares e smartphones. Já o avanço da banda larga fixa será mais brando, com expectativa de atingir 15 milhões de acessos nos próximos quatro anos. A participação de celulares conectados a redes 3G na base nacional deve atingir 9% este ano e chegar a 23,5% em 2014.

Indústria investe em inovação

O aumento de renda e a ampliação de crédito do brasileiro têm transformado o país nos últimos anos provocando um aquecimento no mercado interno e acelerando a produção na indústria. Para dar conta da pujante demanda, vários setores da economia têm apostado na inovação para não ficar para trás nesse momento de crescimento dos negócios. Segundo um estudo da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial
(ABDI), órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, de cada 10 grandes empresas nacionais, sete investem em pesquisa e desenvolvimento tecnológico para manterem seus produtos competitivos entre os concorrentes. No total, o volume representa 1,09% do Produto Interno Bruto (PIB) gerado no país.

No segundo trimestre deste ano, 71,5% das grandes empresas industriais inovaram nos processos de criação ou na cadeia de produção. Enquanto isso, 42% das companhia declararam que ampliaram o volume de investimentos para essa área. ;Já temos exemplos no Brasil de empresas de ponta que são extremamente competitivas por investirem fortemente em pesquisas, como é o caso da Embraer;, contou o presidente da ABDI, Reginaldo Arcuri.

Nanotecnologia
Entre as adoções que começam a ser implementadas pela indústria, a nanotecnologia desponta com potencial para diversos setores. Do total das empresas ouvidas, 11% afirmaram que estão desenvolvendo algum projeto que envolve pesquisa com esse tipo de solução, enquanto 5% já utilizam nanopartículas em algum produto ou processo de desenvolvimento. No caso de empresas do setor têxtil, por exemplo, a tecnologia está sendo utilizada principalmente para inibir a criação de bactérias que possam causar alergias em contato com a pele das pessoas. Nas companhias de produtos químicos, o uso é mais difundido na produção de cosméticos, como ativos diferenciados para tratamento de pele. Já na fabricação de produtos de metal, o uso, ainda embrionário, está concentrado no processo de preparação de fosfato. Participaram do levantamento 1.650 empresas industriais brasileiras com mais de 500 funcionários. (FB)

GRANDE DEFASAGEM
Apesar dos bons resultados registrados pela ABDI, o gasto em pesquisa e desenvolvimento ainda é pequeno no Brasil, ficando em torno de 1,09% do Produto Interno Bruto (PIB), o que representa um volume de R$ 3,2 bilhões. Em economias desenvolvidas como Suécia e Japão esse índice fica acima de 3%. Já em países vizinhos como Chile e Argentina, o investimento representa 0,68% e 0,51%.

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