postado em 29/10/2010 10:24
Rio de Janeiro - O pessoal ocupado em atividades internas de pesquisa e desenvolvimento (P) nas empresas brasileiras caiu de 100,3 mil em 2005 para 73,3 mil em 2008. A informação consta na Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec 2008), divulgada nesta sexta-feira (29/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).A gerente do estudo, Fernanda Vilhena, avaliou que a queda no total de recursos humanos envolvidos com inovação no período investigado pode refletir uma mudança no padrão das atividades. Ela observou um aumento na atividade contínua de P e um pequeno recuo na atividade ocasional. ;Aquelas empresas que já faziam inovação e tinham uma equipe fixa, continuamente fazendo, se mantiveram. Já as equipes cujos integrantes se dedicavam eventualmente a um projeto determinado, acabaram sendo alocadas em outras atividades no período investigado;, disse à Agência Brasil. ;Então, talvez, daí venha a diferença;, afirmou.[SAIBAMAIS]
Do total de pessoas ocupadas em inovação, de acordo com a Pintec 2008, 48,1 mil estavam nas empresas industriais, 18,2 mil nas empresas de P e 7 mil nas companhias de serviços relacionados, que englobam telecomunicações, informática e edição e gravação de música.
A participação das pessoas ocupadas nas atividades de P com dedicação exclusiva em 2008 era de 76,3% na indústria, 70,7% em serviços selecionados e 94,3% nas empresas de P. Na Pintec anterior, os números atingiam 72,8% na indústria e 87,4% nas empresas de P. Em termos de qualificação, a pesquisa revela que pouco mais de 60% das pessoas envolvidas com inovação tinham nível de escolaridade superior em 2008, sendo que 47,8% eram graduadas e 14% tinham pós-graduação.
A Pintec confirma a existência de uma maior conscientização das empresas a respeito dos resultados positivos que podem ser gerados a partir da inovação. A internet liderou, com 68,8%, as fontes de informação para inovação entre as empresas brasileiras de 2006 a 2008. ;Pela primeira vez, tanto as empresas industriais quanto as empresas de serviços marcaram que a internet foi a fonte mais utilizada para realizar inovação.; Segundo a pesquisadora, isso mostra a importância que as redes têm tido para dinamizar a economia.
Houve aumento também na cooperação e no número de empresas que obtiveram algum tipo de apoio do governo, principalmente sob a forma de financiamento. A parcela das empresas inovadoras que utilizaram pelo menos um instrumento de apoio governamental para a realização da inovação aumentou de 18,8% no período 2003/2005 para 22,3% de 2006 a 2008. O financiamento para a compra de máquinas e equipamentos foi o principal instrumento utilizado pelas companhias industriais, somando 14,2%.