Agência France-Presse
postado em 29/10/2010 12:18
BRUXELAS - A União Europeia, que há apenas um ano superava uma série de obstáculos para aprovar o Tratado de Lisboa, se lançou nesta sexta-feira em um caminho arriscado ao prever mudança de seu texto fundamental. A medida exige uma decisão unânime de seus 27 Estados membros.
Para dotar a Eurozona de um mecanismo permanente e confiável que a proteja de futuras crises econômicas e das turbulências dos mercados, os líderes da UE concordaram, durante uma reunião da cúpula em Bruxelas nesta sexta, em promover uma "mudança limitada" do Tratado de Lisboa.
"O euro sai fortalecido", comemorou a chanceler alemã, Angela Merkel, que conseguiu convencer seus aliados da necessidade jurídica de modificar um texto que precisou de uma década de negociações para ser aprovado.
Com a modificação, a UE criará um fundo de apoio permanente para países em risco de quebra na Eurozona, garantindo que o Tribunal Constitucional alemão não vete o projeto, uma vez que o texto atual não permite que um Estado membro seja resgatado financeiramente por seus companheiros.
A Alemanha será o maior contribuinte do novo mecanismo, criado num primeiro momento para durar três anos, depois da crise da dívida grega que balançou os fundamentos da zona do euro. Mas a pequena modificação imposta por Berlim corre o risco de se tornar um novo quebra-cabelas da UE.
O Tratado de Lisboa entrou em vigor em dezembro de 2009, após uma série de complicações, que começou com o fracasso do texto que o precedeu, a Constituição Europeia, rejeitada por franceses e holandeses.