Vânia Cristino/ Especial Estado de Minas
postado em 10/11/2010 08:52
O jeito certo de usar o cartão de crédito é aproveitando os 40 dias que as empresas administradoras dão de prazo e pagar à vista o total da fatura, na data do vencimento, pelo preço da compra, sem qualquer acréscimo de juros. Essa foi a orientação dada ontem pelo presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Paulo Rogério Caffarelli, aos usuários do dinheiro de plástico.
Caffarelli defendeu a taxa de juros que é cobrada no crédito rotativo, bem mais elevada do que a praticada no cheque especial. A desculpa dele para a taxa ser tão alta é o índice de perda, classificado por ele como elevado, e que resulta da inadimplência de 8% dos usuários dos cartões. ;Quem precisa de um prazo mais alongado para fazer o pagamento deve procurar formas mais baratas de financiamento e não ficar no crédito rotativo do cartão;, esclareceu o presidente da Abecs, durante solenidade em que a associação assumiu com o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) o compromisso público de melhorar os serviços prestados aos consumidores.
Tendo ao lado o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, e os representantes das quatro maiores instituições financeiras do país ; Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander ;, Caffarelli disse que quem desrespeitar o compromisso poderá vir a ser punido com o descredenciamento da entidade. O ponto mais importante do compromisso público, segundo o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, é o que trata de informar com destaque ao cliente a taxa de juros do crédito rotativo, caso ele opte por não pagar à vista a fatura. ;A transparência nas informações é importante para que o cliente possa tomar a decisão;, ponderou Barreto. ;Nossa preocupação, principalmente com relação aos brasileiros que estão ingressando no mercado de consumo, é a de evitar o endividamento excessivo;, acrescentou.
A carta de boas intenções da Abecs resultou da análise que a entidade fez das reclamações dos clientes. Os cartões de crédito e as empresas de telefone são os campeões de reclamações nos Procons. Ontem, os bancos se comprometeram a não enviar cartões para os clientes sem o pedido prévio. Mesmo se a solicitação for feita por telefone ou meio eletrônico, os bancos também se comprometeram a encaminhar, para a casa do cliente, o contrato relativo ao uso do cartão de crédito.